A origem do evangelho
Romanos 1.1g: “[...] o evangelho de Deus”
No artigo da semana passada nós finalizamos a exposição do versículo 1 de Romanos 1. No verso 1, Paulo apresentou aos destinatários originais as suas verdadeiras credenciais, isto é, quem ele era e sua vocação em Cristo. A partir de hoje, avançamos para uma nova etapa do prefácio paulino.
Dos versos 1g a 4, veremos a respeito da mensagem que Paulo proclamava. Era necessário que Paulo explicasse sua teologia, a fim de que a igreja de Roma (que não o conhecia) lhe conferisse crédito, comunhão, apoio e orações.
A mensagem que Paulo pregava — exposta nesses versículos supracitados — constitui, de certa forma, nas características do verdadeiro evangelho. O professor Dr. Augustus Nicodemus comenta acertadamente que “Romanos é uma exposição clara e profunda da mensagem que Paulo pregava", porque toda a carta, de fato, é na verdade uma exposição prolongada e detalhada do evangelho que ele apresenta neste prefácio de maneira resumida.
Consideremos a partir de hoje, as marcas ou características do evangelho segundo Paulo, a começar com o fato de que o evangelho que Paulo pregava tem origem em Deus: v. 1g: “...o evangelho de Deus…”.
No final do versículo 1, Paulo diz que havia sido separado por Deus e essa separação tinha um propósito bem específico: proclamar uma mensagem, da qual ele era apenas o canal e não a fonte, apenas o arauto e não o criador. Trata-se do “evangelho de Deus''.
Paulo aqui nestas palavras refere-se a uma mensagem ou uma notícia, visto que a palavra evangelho no grego (euangelion/ε?αγγ?λιον) significa literalmente boa notícia. Mas que boa notícia é essa? Trata-se da proclamação de que os homens e mulheres, perdidos, mortos e condenados em seus pecados, são perdoados, redimidos e regenerados somente mediante a fé na pessoa e na obra de Jesus Cristo.
É a boa notícia de que Jesus Cristo viveu de modo perfeito as ordenanças de Deus em nosso lugar para nos conceder aquela justiça necessária para a vida eterna; e também morreu em nosso lugar, a fim de levar em seu corpo as nossas iniquidades para, naquela cruz, a santíssima e justíssima ira de Deus fosse derramada no Filho e satisfeita plenamente contra os pecados.
O resultado disso é que as nossas dívidas foram quitadas definitivamente, a fim de que nós tenhamos paz com Deus em nosso coração, certeza de seu amor, perdão e garantia de salvação eterna. Note que Paulo — ao se referir a essa boa notícia da qual ele é pregador — quer nos ensinar também a respeito da origem dela, como sendo “de Deus”.
O que isto significa? Significa que o autor e proclamador último da boa notícia da qual Paulo anuncia é o próprio Deus, o Criador e Mantenedor de todo Universo. O evangelho não é uma invenção humana e nem tem origem em homem algum. Não se trata do fruto intelectual da engenhosidade apostólica ou de qualquer outra mente.
Na verdade, o glorioso evangelho é uma revelação da parte de Deus. É a palavra autorizada do Criador para suas criaturas perdidas. A origem do evangelho está na mente de Deus e em Deus está a fonte da nossa esperança, alegria, libertação e glória eterna.
Na semana que vem, se Deus permitir, veremos a segunda característica da mensagem que Paulo pregava. Até a próxima!
Fernando Razente
Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.