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O fundamento do ministério paulino


Por: Fernando Razente
Data: 06/06/2022
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Romanos 1.1(g): “...o evangelho de Deus”

 

Finalmente chegamos à última parte do versículo 1 de Romanos 1 nesta série de exposições da epístola de Paulo aos Romanos. Neste momento, encontramos a última credencial apresentada por Paulo. A última credencial de Paulo é o evangelho.

Aqui nestas douradas palavras — “o evangelho de Deus” — certamente podemos aprender duas coisas. Em primeiro lugar, aprendemos a respeito da natureza do verdadeiro apostolado, ou seja, que o ministério apostólico legítimo é aquele que se concentra nas boas novas do céu e não de meras ideias humanas e terrenas.

Em segundo lugar, também aprendemos por implicação a respeito da natureza do verdadeiro evangelho, ou seja, o evangelho puro e genuíno é aquele que procede da parte de Deus e deve ser recebido como a resposta divina para o dilema humano. O meu propósito hoje é me concentrar apenas sobre a primeira lição, isto é, a natureza do verdadeiro apostolado.

Ao lermos que o evangelho para o qual Paulo foi separado é “de Deus”, precisamos entender que o propósito do autor é comunicar aos romanos o seguinte: não foram os apóstolos (e ele obviamente se inclui nesta categoria) que inventaram essa notícia maravilhosa chamada evangelho! Mas, quem foi?

Ora, precisamente para responder essa questão que Paulo tenta demonstrar que as boas novas de salvação em Cristo não foram obras da engenhosidade humana, da mente natural; mas, este glorioso evangelho — a boa notícia de que Deus através da vida e morte Jesus Cristo perdoa, regenera, salva e concede vida eterna aqueles que creem N’Ele e se arrependem de seus pecados — foi revelado e confiado aos apóstolos pelo próprio Deus, o Criador e Mantenedor do universo.

No evangelho vemos a solução divina para o principal problema humano. No evangelho temos o braço estendido do céu para os pecadores da terra. Jamais podemos pensar no evangelho como sendo o resultado de uma escalada mitológica de baixo para cima, ou uma resposta carnal para a  principal indagação espiritual.

Antes, o texto nos ensina que o evangelho é de inspiração divina! Como escreveu Hernandes Dias Lopes “[...] o evangelho não é fruto da elucubração humana, mas da revelação divina” ( 2010. p. 39). Pois, embora Deus tenha utilizado os apóstolos — homens falhos como qualquer um de nós — para fundamentar e proclamar a mensagem do evangelho, “[...] o autor último do evangelho é o próprio Deus.” (LEENHARDT, Franz. Epístola aos Romanos, p. 35).

A conclusão do leitor deve ser: que a origem do evangelho para o qual Paulo foi graciosamente separado é a santíssima, puríssima e gloriosa mente de Deus. E aqui está o fundamento de todo ministério paulino.

Paulo é um genuíno apóstolo porque não fala uma mensagem própria, não transmite uma doutrina terrena, não prescreve mais um ritual humano. Paulo é um verdadeiro apóstolo porque seu apostolado se sustenta na mensagem divina da salvação pela graça mediante a fé em Cristo.

É essa mensagem sublime e salvadora que dá legitimidade ao seu ministério. Sem o evangelho puro e simples de Deus, o ministério de Paulo seria uma fraude, por mais pomposo e grandioso que fosse.

E é com essa alegação que Paulo conclui a apresentação de suas credenciais. Como verdadeiro escravo, ele foi chamado para ser apóstolo e separado para proclamar uma mensagem divina de salvação: o evangelho.

Concluímos o verso 1 dizendo que o apóstolo utiliza essa apresentação de sua carta (Rm 1.1) para mostrar que — ao contrário do que diziam os boatos a seu respeito e também para preparar sua chegada — sua história era marcada pela ação de Deus em sua vida mediante Jesus Cristo.

Neste primeiro versículo, vimos Paulo apresentando sinteticamente sua história — como sua identidade, sua missão em Cristo, seu chamado, seu ofício apostólico, sua separação e por fim o evangelho divino — como argumento contra boatos de que era um mercenário.

Na semana que vem, se Deus quiser, avançaremos para os próximos versículos, onde veremos a natureza da mensagem que Paulo pregava.

Até a próxima!

 

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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