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Meu filho não desgruda


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 12/11/2019
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A ansiedade de separação é um transtorno comum nas crianças pequenas, gerando um medo excessivo de se separar de seus pais ou de pessoas as quais é apegada, tendo medo também de sair de casa sem essas mesmas pessoas. 

A angústia na hora de se separar é comum nos pequenos, mas o que devemos observar é a frequência e a persistência desse sentimento, por exemplo, é normal que a criança que vai entrar na creche ou escola pela primeira vez tenha medo e insegurança, é normal que chore ao ser deixada, mas que com uma boa adaptação ela consiga aos poucos parar de sentir essa angústia extrema e consiga ficar sem chorar, porém, se a criança é deixada e chora persistentemente, sem permitir ser consolada e por muito tempo, podemos observar que essa angústia é mais forte que a considerada normal. É essa angústia persistente que vai nos ajudar a diferenciar a ansiedade de separação das dificuldades passageiras do desenvolvimento. 

Quando observada a existência do transtorno podemos perceber que esses sentimentos da hora da separação afetam seu comportamento, sua qualidade de vida, seu desenvolvimento e sua vida familiar.

Nas questões comportamentais podemos perceber:

• A criança se recusa a sair de casa para não se separar dos pais;

• Fala o tempo todo sobre esse medo de perder os pais de vista;

• Evita a todo custo situações que tenha a separação;

• Dedica muito tempo as possibilidades catastróficas da separação (morte, acidente, doença...).

Na qualidade de vida podemos perceber:

• A criança se mostra sempre muito preocupada;

• Ao menor indício de separação, ela chora, grita ou fica muito irritada;

• Aparenta muitas vezes estar triste ou mal-humorada.

No seu desenvolvimento podemos perceber:

• A criança que apresenta há algum tempo a ansiedade patológica vai apresentar atrasos e repercussões negativas no desenvolvimento.

Na vida familiar podemos observar:

• São crianças queixosas e exigentes, tendem a reclamar constantemente de sua infelicidade relacionada ao fator estressante da separação;

• A presença do transtorno pode gerar muito estresse na família devido a dificuldade em realizar atividades que envolvam a separação.

Observamos que as crianças menores solicitam uma presença constante e querem ficar grudadas o dia todo, precisam saber onde estão os pais a todo tempo, seguindo-os o tempo inteiro, sempre chorando ou se queixando que não querem ficar sozinhas nem que seja por um minuto. Já as maiores não conseguem se organizar e planejar suas brincadeiras sozinhas, precisando o tempo todo de sugestões e aprovações. Na hora de dormir se recusam a dormir sozinhas ou levam muito tempo para ir para a cama, durante a noite reclamam de pesadelos relacionados à separação e levantam para ir para a cama dos pais. 

O tratamento deve ser realizado com ajuda de um psicólogo infantil, que irá ajudar a criança e a família a lidar com essa angústia e com a separação. Em casos muito graves o psicólogo irá encaminhar para o psiquiatra que entrará com o tratamento medicamentoso.

Luiza Graziela Santos Dias


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