Suicídio, uma realidade na infância e adolescência
Setembro é o mês dedicado a valorização da vida e a prevenção do suicídio. O suicídio entre crianças e adolescentes muitas vezes é visto como um tabu ou algo que não deve ser discutido, pois o número de mortes por atos suicidas tem aumentado cada vez mais, sendo assim, considerada a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, segundo a OMS – Organização mundial de saúde. Ainda de acordo com a OMS, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo.
Mesmo sendo um assunto complexo, deve ser discutido, pois os jovens precisam aprender, desde cedo, a lidar com as questões humanas, as emoções e também frustrações.
O suicídio está ligado a um intenso sofrimento psíquico, percebido como insuportável pelo sujeito. Nesse momento não nos cabe julgar, mas entender que está doendo tanto que a morte acaba sendo vista como a única saída. Importante destacar que o ato suicida não necessariamente está ligado ao desejo de morrer, mas sim ao desejo de fazer com que a dor e o sofrimento acabem.
É importante que os pais observem os comportamentos dos filhos, pois não existe uma única causa para o suicídio, pois ele é multifatorial, ou seja, é a junção de diversas vivências que se acumulam e resultam em um sofrimento intenso. Muitas vezes o jovem dá sinais de que algo não está bem, como:
- Apatia, falta de interesse nas atividades que antes gostava;
- Quedas no rendimento escolar sem motivo aparente, não quer ir à escola;
- Mudanças na alimentação, está comendo pouco ou demais;
- Apresenta dores físicas com frequência, como dor de barriga ou de cabeça;
- Apresenta dificuldades em dormir;
- Utiliza com frequência falas como: “eu sou um peso na vida das pessoas”, “ninguém gosta de mim”, “ não sirvo para nada”, “quero dormir e não acordar mais”, etc;
- Irritabilidade ou agressividade; - Demostra não ter esperança no futuro; - Isolamento social; - Automutilação.
Esses comportamentos ou sintomas podem indicar que a criança ou adolescentes está passando por alguma situação que gera sofrimento como:
- Perda de um ente querido; - Bullying e cyberbullying; - Dificuldades nas relações sociais; - Pressão familiar, ambiente de muita cobrança; - Abusos sexuais e emocionais; - Violência sexual ou física; - Abandono;
É importante destacar que nem tudo é doença mental, a tristeza é uma emoção normal do ser humano e todos já sentimos alguma vez na vida, por isso, devemos avaliar quanto tempo dura essa tristeza e esses sintomas, passando de duas semanas de permanência dos sintomas podemos considerar que não é somente uma tristeza passageira e que algo pode estar acontecendo.
Para entender um pouco mais sobre o suicídio precisamos quebrar alguns mitos como:
MITO: Apenas pessoas com transtornos mentais têm comportamento suicida.
VERDADE: Muitas pessoas que mesmo vivendo com um transtorno mental não apresentam comportamento suicida. E nem todas as pessoas que o cometem têm transtorno mental.
MITO: Quem planeja suicídio quer acabar com a vida.
VERDADE: A pessoa muitas vezes não deseja a morte, mas uma saída para seu sofrimento.
MITO: Quem quer se suicidar não fica falando, só faz.
VERDADE: Pessoas que falam sobre suicídio estão procurando ajuda ou suporte.
MITO: A maioria dos suicídios ocorre sem nenhum sinal.
VERDADE: Antes de se suicidar a pessoa dá sinais de alerta verbais ou comportamentais.
MITO: Só adultos tentam suicídio
VERDADE: O número de crianças e adolescente vem crescendo a cada ano.
“Menino de 9 anos comete suicídio após contar a colegas de escola que era gay” – EXTRA, GLOBO.
“Criança de 12 anos comete suicídio em MS”- MS NOTÍCIAS
“Criança de 12 anos comete suicídio em Guarantã do Norte”- O TERRITÓRIO
“Criança de apenas 10 anos comete suicídio em Vila Palmares”- JARUNOTICIAS
“Criança de 11 anos comete suicídio em Jequiá da Praia, Alagoas.” – CADA MINUTO
“Se matou aos 14 anos, depois de menina de 12 cometer suicídio” - CAMPO GRANDE NEWS
Todas as ameaças de suicídio devem ser encaradas com seriedade, mesmo quando possam parecer falsas ou manipulativas. Quando os pais percebem essas mudanças de comportamento é muito importante que busquem ajuda profissional de um psicólogo, que irá ajudar o jovem a elaborar esse sofrimento e dar novo significado à vida, e um psiquiatra que ajudará no tratamento medicamentoso.