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Eterno Poder


Por: Fernando Razente
Data: 20/03/2023
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Romanos 1.20(b): “[...] assim o seu eterno poder”

 

Na semana passada começamos a analisar a primeira parte do versículo 20, onde Paulo fala dos atributos invisíveis de Deus. Os atributos invisíveis são, agora na sequência do texto, distintamente especificados. O primeiro desses atributos é o que veremos hoje: o eterno poder de Deus.

Antes de tudo, devemos nos lembrar que estamos falando de uma característica peculiar da pessoa divina. Portanto, ao falarmos de poder eterno não devemos lidar com esse assunto como se estivéssemos analisando um mero conceito abstrato. Na verdade, nós estamos falando de quem Deus, o nosso Criador, Salvador e Mantenedor diário, é. Estamos tratando do assunto mais importante de nossas vidas: o conhecimento de Deus.

Mas afinal, o que seria um “eterno poder”? Segundo John Murray, por “eterno poder” devemos compreender “[...] algo específico [que] significa que o atributo de eternidade de Deus é predicado do poder de Deus.” Em outras palavras, a eternidade é uma qualidade inerente ao próprio poder divino, isto é, Seu poder é eterno.

Mas, o que é “eternidade” nas Escrituras? Tem-se a confusão entre eternidade e infinitude. Deus não é poderoso infinitamente, pois aquilo que é infinito se refere a algo que teve início, porém não terá fim (exemplo: a salvação do cristão). Por outro lado, eternidade é um estado atemporal, sem sucessão de eventos, sem início nem fim.

Neste sentido, por ser essencialmente poderoso, Deus também tem esse poder e todos os seus outros atributos no contexto da eternidade! Seu poder veio antes de tudo e jamais acabará. Isso tem implicações profundas para a nossa fé, especialmente quando vemos tantos poderes temporais (governos e ideologias), atuando contra nossa devoção ao Senhor Jesus; mas, curiosamente, também possui implicações para a ciência.

Um dos questionamentos mais importantes da ciência moderna é: como escapar de uma absurda e ilógica regressão ad infinitum de causas que deram origem ao mundo? Afinal, todo efeito tem que ter uma causa, e o universo também teria que ter uma causa, mas visto que uma série infinita de causas não faz o menor sentido, há de ser necessária a existência de uma causa primária. Por isso, muitos ateus naturalistas têm colocado no topo das causas secundárias a “matéria eterna”, como uma tentativa de lidar com esse problema.

Porém, a matéria também faz parte daquilo que é criado e portanto, um efeito. Somente uma causa independente, auto-existente, pessoal, inteligente e eternamente poderosa poderia ter dado origem ao universo que conhecemos sem ser ela mesma causada por nada: Deus. De formas variadas, esse argumento conhecido como “cosmológico” foi defendido por Aristóteles, João de Damasco, Tomás de Aquino, Espinosa e outros.

Todos eles estavam cientes da concordância entre a estrutura racional de um universo natural que pressupõe a necessidade de um poder eterno que o criou e a existência de Deus, que enquanto Criador, é eternamente poderoso. Essas duas coisas, juntas, formam harmoniosamente a explicação mais adequada e cientificamente razoável da origem do universo e de seu funcionamento.

Em resumo, nas palavras do Prof. Nicodemus, o apóstolo Paulo afirma que “[...] existe um poder eterno que precede a natureza e deu origem a ela. É impossível dizer, a partir da revelação da natureza, que as coisas complexas do mundo (as partículas subatômicas, o universo em sua amplidão etc.) surgiram do nada; há um poder por detrás de cada elemento criado, e esse é um atributo divino que Deus nos revelou.”

Até a próxima. Que Deus te abençoe

 

 

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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