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Água vivas e caravelas: é preciso ter cautela!


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 11/01/2024
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Chegou o verão e com as altas temperaturas, muitos vão curtir suas merecidas férias na praia, cenário paradisíaco e deslumbrante aos olhos, com a esperança de descansar finalmente. E para aliviar o calor nada melhor que um banho de mar, porém, como nem tudo é perfeito, é preciso ter cautela.

        Nesta época do ano, é comum acontecer acidentes com animais marinhos, tais como as águas vivas e caravelas, que devido ao aumento de temperatura da água e período de reprodução, são atraídas e encontradas com facilidade nas praias brasileiras e paranaenses.

        Chama a atenção os dados do Corpo de Bombeiros do Paraná, entre o período de 16 de dezembro de 2023 a 1 de janeiro de 2024, foram registradas 792 casos de queimaduras com água vivas e caravelas nas praias do Paraná, só no período de Ano Novo, de 29 a 31 de dezembro, foram registrados 508 incidentes do tipo.

        As águas vivas e caravelas não têm a intenção de atacar e nem causar queimaduras em banhistas, elas utilizam seus tentáculos para se defender de uma possível ameaça, ou para se alimentar, e capturar uma presa, que são pequenos peixes e organismos que vivem nas águas. Na verdade, elas não nadam bem, elas são carregadas pelas correntes, são tão limitadas que elas não conseguem ao menos perceber e perseguir uma presa.

        Mas, carregam dentro de si uma toxina nociva ao homem, capaz de causar queimaduras, algumas graves. Mesmo fora do mar, levam algum tempo para morrer, ou seja, permanecem vivas, portanto ainda pode queimar. Então, ao caminhar pela orla marítima, é comum encontrar estes animais o recomendado é não manusear, não encostar ou pisar em cima delas. Procure caminhar com chinelos ou tênis, evite andar descalço. Oriente as crianças para não brincar com elas, pois, apesar de sua aparência colorida e exótica é perigoso.

        O contato com estes animais, podem causar: dores intensas; inchaço e ardência no local; vermelhidão ou marcas escurecidas pela ação do veneno; câimbras, dificuldade para respirar ou engolir; dor de cabeça; dor no peito e náuseas.

        Se você sentir qualquer tipo de ardência ou queimadura no corpo, procure sair imediatamente da água e procure um guarda-vidas para atendimento.

        Logo em seguida é preciso retirar o tentáculo do animal aderido à pele, que deve ser realizado com a ajuda de uma pinça e a mão enluvada de forma cuidadosa.

        Nunca toque na lesão com a própria mão, isso pode piorar a situação do ferimento.

        O guarda vidas lava o local com água do mar (ela tem efeito analgésico) ou cold packs (nunca colocar água doce, mineral ou de torneira no local, essa prática pode agravar a liberação de toxinas na pele). O uso de cremes ou pomadas sem orientação médica também é contraindicado.

        Em seguida deve ser aplicado uma solução de vinagre (ácido acético a 5%), sem esfregar a região acometida, essa medida inativa cnidócitos, impedindo envenenamento posterior, uma vez que as células continuam despejando seu conteúdo na pele, fazendo também com que o animal se solte da pele e neutralizando a toxina na região.

        Reaplique o vinagre a cada 30 minutos, alternando com a água gelada do mar.

Os tentáculos têm umas partículas que parecem agulhas. São essas células que disparam o veneno. Se jogar água doce, essas células disparam e aumentam a dor. Lavar com vinagre não deixa essas células dispararem, e diminui o envenenamento da pele.

        Os pacientes devem procurar assistência médica para avaliação clínica do envenenamento e se, necessário, realização de tratamento complementar. Acidentes graves têm indicação de atendimento de urgência.

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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