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Alimentos funcionais podem ajudar a prevenir doenças?


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 05/08/2022
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Foto: Divulgação

Você já deve ter ouvido falar que, quanto mais colorido o prato, mais saudável ele é. Devo dizer que é verdade. Ora, afinal primeiro comemos com os olhos, um prato colorido certamente nos parecerá mais gostoso e apetitoso. As cores além de embelezar oferecem uma explosão de sabores, e aromas diferenciados sem igual. Eles também terão mais nutrientes e compostos bioativos, o que consequentemente trarão mais saúde ao indivíduo.

É verdade que todos os alimentos têm funções e nutrientes importantes e indispensáveis para a nossa nutrição, entretanto, existem alguns alimentos que vão além da nutrição, eles não apenas nutrem, e aliado a um estilo de vida saudável, podem trazer alguns benefícios para a nossa saúde.

Cabe salientar que, não existem alimentos milagrosos, que curam, rejuvenescem ou emagrecem. No entanto, eles têm algumas propriedades que podem proteger nossas células contra os radicais livres, aumentar a nossa imunidade, melhorar o nosso trânsito intestinal, reduzir a absorção de colesterol, e ainda ajudar na manutenção dos níveis de triglicerídeos.

Desde a antiguidade é sabido que a alimentação tem relação direta com a boa saúde, o médico grego considerado o “pai da medicina” Hipócrates já dizia: “Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”.

A mãe natureza é um mecanismo maravilhoso para a cura de várias doenças, assim dizia Paracelsus, médico e físico do século XVI: “A medicina se fundamenta na natureza, a natureza é a medicina, e somente naquela devem os homens busca-la. A natureza é o mestre do médico, já que ela é mais antiga do que ele e ela existe dentro e fora do homem”.

Atualmente, a expectativa de vida é alta, as pessoas vivem mais, mas, graças a revolução industrial, as pessoas passaram a consumir alimentos industrializados, ultraprocessados, repletos de conservantes, açúcares e gorduras, deixaram de lado os alimentos in natura. Por conseguinte, houve um aumento considerável de doenças crônicos degenerativas não transmissíveis, a saber: diabetes, hipertensão, diversos tipos de cânceres e obesidade. O que refletiu negativamente na nossa qualidade de vida, sobrecarregando os serviços de saúde.

Embora vivamos mais, a nossa qualidade de vida piorou. Michael Greger e Gene Stone escreveram no livro deles, “Comer para não morrer”, a seguinte reflexão: “uma maça por dia para uma vida sadia”, ou “um médico por dia para uma vida enferma”.

Se pararmos para pensar que uma dieta pobre em nutrientes, é a principal causa que nos leva a adoecer. Porque ainda assim sabedores desta verdade, abusamos das farinhas, açúcares, gorduras, álcool e fumo?

Certa feita, Thomas Edison em 1903, disse: “o médico do futuro não prescreverá medicamentos, mas instruirá os pacientes sobre os cuidados com o corpo, sobre a dieta e sobre a causa e prevenção de doenças”.

Em 2022, ainda estamos caminhando para isso. O que te parece melhor prevenir doenças através de uma alimentação saudável, ou tratar doenças baseado em compra de medicamentos.

Na década de 80 especialistas preocupados, passaram a estudar e observar que algumas populações eram mais saudáveis que outras, e passaram a se perguntar o porquê. Entre eles os esquimós, os franceses e os japoneses, eles viviam mais tempo, tinham uma maior qualidade de vida, e menos doenças crônico degenerativas. Mais porque, indagaram eles? Observaram que os esquimós consumiam mais peixes de água fria, ora, estes são ricos em ômega 3; os franceses bebiam bastante vinho que é rico em resveratrol, que é um poderoso antioxidante e protetor de doenças do coração; e os japoneses culturalmente levam uma vida mais saudável, priorizam a prática de exercícios físicos e uma dieta rica em verduras, legumes e chá verde.

Assim, em meados de 1980, no Japão, definiu-se como: alimento usualmente consumidos que, além das funções nutricionais básicos conferem benefícios. Em 1991, esta categoria foi regulamentada como: Food for Specified Health Use (FOSHU), em português: alimentos funcionais.

Aqui no Brasil a regulamentação de alimentos funcionais é feita pela ANVISA, conforme a portaria nº 398, de 30 de abril de 1999, pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, que define que: “é alimento funcional todo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido na dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguros para consumo sem supervisão médica”.

E onde podemos encontrar esses alimentos? E na feira, nos supermercados ou nos sacolões, e lá que você irá encontra-los, pois, a melhor forma é consumir o alimento fresco, in natura, do que em forma de capsulas e suplementos.

Vânia Moreira Rocha de Oliveira, diz em seu livro “Guia de Nutrição Funcional” que: “Para que os alimentos funcionais demonstrem o seu real benefício, é necessário que eles sejam consumidos preferencialmente em sua forma original, inseridos dentro de um contexto de alimentos e hábitos de vida saudáveis”.

O Ministério da Saúde, lançou em 2014, um “Guia Alimentar para a População Brasileira”, nele, uma das principais recomendações é que os alimentos in natura e minimamente processados sejam predominantes na alimentação dos brasileiros”.

Agora, os alimentos funcionais se consumidos sozinhos não fazem milagre, é necessário consumir diariamente, tenha sempre no seu prato uma porção de alimentos crus em forma de salada, uma porção de legumes refogados, e uma proteína, tenha uma vida ativa, pratique exercícios físicos regularmente, todos estes fatores combinados é que conferem benefícios a nossa saúde.

Ou seja, se o indivíduo tomar todos estes cuidados, os alimentos poderão servir como remédios naturais, e promover um bem-estar, prevenindo assim doenças e aumentando a qualidade de vida, como dizia Hipócrates (460 a.C. – 377 a.C.) “As doenças originavam-se da natureza e por ela podem ser curadas, quando se estabelece um equilíbrio entre o meio ambiente, alimentos ingeridos e espírito”.

Mais quais são os alimentos considerados funcionais? De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, (http://saude.gov.br/bvs/dicas/220_funcionais.html), estes são alguns dos principais compostos funcionais investigados pela ciência:

Isoflavonas – elas têm uma ação estrogênica (reduz sintomas da menopausa) e é anti-câncer. Encontramos na soja e derivados.

Proteínas de soja – eles reduzem os níveis de colesterol. Encontramos na soja e seus derivados.

Ácidos graxos ômega 3 – eles reduzem o LDL, o mau colesterol; tem ação anti-inflamatória; é indispensável para o desenvolvimento do cérebro e da retina de recém-nascidos. Podemos encontrar nos peixes marinhos de água fria, como por exemplo a sardinha, o salmão, o atum, a anchova, o arenque, etc.

Ácido A – linolênico – ele estimula o sistema imunológico e tem ação anti-inflamatória, podemos encontrar no óleo de linhaça, colza, na soja, nas nozes, e nas amêndoas.

As catequinas – elas reduzem a incidência de certos tipos de câncer, reduzem o colesterol e estimulam o sistema imunológico, podemos encontrar no chá verde, nas cerejas, nas amoras, nas framboesas, nos mirtilos, nas uvas roxas e no vinho tinto.

O Licopeno – ele serve como antioxidante, reduz os níveis de colesterol, e o risco de certos tipos de câncer, como o de próstata, podemos encontrar o licopeno no tomate, na goiaba vermelha, no pimentão vermelho, na melancia.

A Luteína e Zeaxantina – são antioxidantes e protegem contra a degeneração macular, podemos encontrar nas folhas verdes (luteína). E a zeaxantina no pequi, e no milho.

ndóis e Isotiocianatos – servem como indutores de enzimas protetoras contra o câncer, principalmente de mama. Podemos encontrar na Couve flor, no repolho, brócolis, na couve de Bruxelas, no rabanete, e na mostarda.

Flavonóides – tem atividade anti-câncer, é vasodilatadora, é anti-inflamatória e antioxidante. Encontramos na soja, nas frutas cítricas, no tomate, no pimentão, na alcachofra, e na cereja.

Fibras solúveis e insolúveis – as insolúveis reduzem o risco de câncer de cólon; melhora o funcionamento intestinal; as solúveis podem ajudar no controle da glicemia e no tratamento da obesidade, já que dão uma sensação de saciedade. Podemos encontrar nos cereais integrais como a aveia, o centeio, a cevada, o farelo de trigo, nas leguminosas como a soja, o feijão, a ervilha, as hortaliças com talos e frutas com casca.

Prebióticos frutooligossacarídeos, inulina – eles ativam a microflora intestinal, favorecendo o bom funcionamento do intestino. Podemos encontrar nos vegetais como raiz de chicória e batata yacon.

Sulfetos alílicos (alilsulfetos) – reduzem o colesterol, a pressão sanguínea, melhoram o sistema imunológico e reduzem o risco de câncer gástrico. Encontramos no alho e na cebola.

Lignanas – servem como inibidores de tumores hormônio-dependentes. Encontramos na linhaça, e na noz-moscada.

O Tanino – é antioxidante, anti-séptico e vaso-constritor. Encontramos na maça, no sorgo, no manjericão, na sálvia, na uva, no caju, e na soja.

Os Estanóis e esteróis vegetais – reduzem o risco de doenças cardiovasculares. Podemos encontrar nos óleos vegetais como a soja e de madeiras.

Probióticos – Bífibacerias e Lactobacilos – eles favorecem as funções gastrointestinais, reduzem o risco de constipação e câncer de cólon. Podemos encontrar nos leites fermentados, no Iogurtes e outros produtos lácteos fermentados.

 

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Enfermeira Obstetra e Especialista em Fisiologia Humana


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