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O Ressurgimento do Sarampo


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 26/07/2019
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Cada dia mais, doenças que haviam sido erradicadas, ou que deveriam não mais existir têm ressurgido.

É o caso do sarampo, doença viral que acomete adultos e  principalmente crianças e que pode levar à morte ou sequelas como a cegueira.

O Brasil chegou a receber da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS/OMS) em 2016 o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo, mas frente a um caso endêmico, ou seja, dentro do território brasileiro em 23  de fevereiro deste ano e um surto da doença em 2018 com mais de 10 mil casos registrados especialmente no Amazonas e Roraima, o Brasil perderá o certificado.

Em janeiro de 2019, o Brasil tinha três estados com surto da doença: Amazonas, Roraima e Pará. Entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019, o país registrou 10.374 casos. O pico foi atingido em julho de 2018 com 3950 casos incluindo 12 mortes até 9 de janeiro de 2019.

O Paraná está em estado de alerta, isto porque no Estado de São Paulo foram registrados 484 casos no Estado, 363 só na capital neste ano.

A vacina é a maneira mais eficaz de prevenção, é necessário 2 doses para estar seguro.

A vacinação contra o sarampo resultou em uma queda de 80 % no número de mortes por sarampo entre 2000 e 2017 no mundo.

 O sarampo é uma doença grave e altamente contagiosa por um vírus. Antes da introdução da vacina contra a doença, em 1963 e da vacinação das populações em massa, a cada 2-3 anos eram registradas importantes epidemias de sarampo, que chegaram a causar aproximadamente 2,6 milhões de mortes ao ano.

O sarampo é uma doença infectocontagiosa provocada por um vírus do gênero Morbilivirus da família Paramyxoviridae e transmitida diretamente de pessoa a pessoa pela secreção das vias respiratórias como gotículas eliminadas pelo espirro, ao falar ou pela tosse.

O período de incubação é de cerca de 12 dias.

O sarampo é uma doença grave e em gestantes, pode provocar aborto ou parto prematuro.

Os sintomas são:

- Manchas avermelhadas na pele ( começam no rosto e parte superior do pescoço ) e progridem em direção aos pés e mãos.

- Febre alta (que começa entre 10 e 12 dias após a exposição ao vírus e dura 4 a 7 dias)

- Tosse persistente

- Mal estar

- Conjuntivite (olhos vermelhos e aquosos)

 - Coriza (nariz escorrendo)

- Perda de apetite

- Manchas brancas na parte interna das bochechas (exantema de Koplik)

- Otite

- Pneumonia

- Encefalite

- Coceira

- Fotofobia

A maioria das mortes por sarampo ocorre por complicações associados à doença. São mais frequentes em crianças menores de cinco anos ou em adultos com mais de 30 anos.

As complicações graves incluem cegueira, encefalite (infeção acompanhada de edema cerebral), diarreia grave (que pode provocar desidratação), infecções de ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia.

Os casos graves são especialmente mais frequentes entre crianças pequenas com má nutrição e pessoas com deficiência de vitamina A ou com sistema imunológico enfraquecido pelo HIV/aids ou outras doenças.

As crianças tem o sistema imunológico mais frágil e quadros de pneumonia, convulsões e morte são mais comuns.

O sarampo pode deixar sequelas como surdez, cegueira, retardo do crescimento e redução da capacidade mental.

Não existe tratamento antiviral específico contra o vírus, o tratamento é sintomático (conforme o aparecimento dos sintomas) o paciente deve:

- Fazer repouso

- Ingerir bastante líquido

- Se estiver desidratado fazer uso de soluções de reidratação orais

-Comer alimentos leves, procure ter uma boa nutrição

- Limpar os olhos com água morna

- Tomar antitérmicos prescritos pelo seu médico para baixar a febre

- Antibióticos prescritos pelo médico para tratar infecções nos olhos e ouvidos, bem como pneumonia

Todas as crianças com diagnóstico de sarampo devem receber duas doses de suplemento de vitamina A, com intervalo de 24 horas, para restaurar os baixos níveis de vitamina A durante a doença e podem ajudar a prevenir danos oculares e cegueira.

A vacina é a melhor forma de evitar a doença, procure ir até ao posto de saúde com a carteirinha para tomar as 2 doses necessárias.

Não deixe de procurar atendimento médico se aparecerem manchas avermelhadas na pele de sua criança, mesmo que ela tenha sido vacinada.

Investigue se você teve a doença na infância ou tomou a vacina quando criança. Em caso de dúvida procure o posto de saúde.

Se for viajar para outro país é importante estar com a situação vacinal em dia, a recomendação é procurar um posto de saúde pelo menos 15 dias antes da viagem.

Evite locais fechados onde há uma pessoa com a doença.

Portanto previne-se, a vacina está disponível ao ano inteiro em todos os postos de saúde.

Adultos e crianças podem tomar a vacina ela é segura e eficaz, só ela pode prevenir contra este mal e lembre-se, é necessárias 2 doses do mesmo.

Conforme o Calendário Nacional de vacinação do Ministério da Saúde:

- Crianças devem tomar:  1º dose aos 12 meses da SRC (tríplice viral) e a 2º dose com 15 meses da tríplice viral+varicela

- Adolescentes de 11 a 19 anos 2 doses tríplice viral, a depender da situação vacinal anterior

- Adultos de 20 a 49 anos, se  nunca vacinados: 2 doses (20 a 29 anos) e 1 dose (30 a 49 anos).

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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