Piolhos de cobra se tornam presença constante em residências e despertam alerta sobre controle
Bióloga Eliane Costa explica o que são esses animais, por que aparecem com frequência e orienta sobre formas seguras de controle dentro das casas.

Nas últimas semanas, moradores têm relatado o aparecimento constante de pequenos animais conhecidos popularmente como “piolhos de cobra”, especialmente em locais úmidos, como banheiros, lavanderias e quintais. Apesar do nome, esses animais não têm qualquer relação com cobras ou parasitas humanos.
A doutora em Biologia, Eliane Costa, ouvida pela reportagem, explica que o nome popular pode gerar confusão. “Esses animais, na verdade, são diplópodes, pertencentes ao grupo dos milípedes. São inofensivos e não transmitem doenças, mas o aparecimento em grande quantidade pode causar desconforto nas residências”, esclarece.
Segundo a especialista, o aumento de ocorrências costuma estar relacionado às condições climáticas e à presença de matéria orgânica em decomposição, que serve de alimento e abrigo para os piolhos de cobra. “Eles preferem ambientes úmidos e sombreados, e costumam sair do solo após chuvas intensas, procurando lugares mais secos — o que explica por que aparecem dentro das casas”, acrescenta Eliane.
A bióloga também alerta que o uso de produtos químicos de forma indiscriminada não é o método mais adequado para o controle desses animais. “O ideal é manter o ambiente limpo, sem acúmulo de folhas, restos de plantas e umidade excessiva. Vedar frestas, ralos e pontos de entrada também ajuda a evitar a infestação. Em casos de aparecimento em grande número, o morador pode recorrer a uma empresa de controle de pragas, que fará o manejo correto, com produtos específicos e seguros”, orienta.
Apesar da aparência que pode assustar, Eliane Costa reforça que esses pequenos artrópodes têm papel importante no equilíbrio ecológico. “Eles ajudam na decomposição da matéria orgânica e na reciclagem de nutrientes no solo, contribuindo para a fertilidade da terra. É importante compreender que, embora indesejados em casa, têm sua função na natureza”, conclui.