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Furiosa: Uma Saga Mad Max


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 23/05/2024
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A franquia cinematográfica Mad Max se tornou ao longo das últimas quatro décadas umas das mais importantes e influentes da Sétima Arte. Ela influenciou de forma profunda muitos aspectos da cultura pop da atualidade e, mais recentemente, vem perpetuando essa hegemonia com os novos lançamentos que renovaram o interesse do público por essa obra distópica e pós-apocalíptica. Essa semana, a Coluna Sétima Arte se dedica ao novo filme dessa franquia, que acabou de chegar aos cinemas e que promete ser um dos grandes sucessos nessa temporada. Nessa edição, algumas considerações sobre Furiosa: Uma Saga Mad Max.

Não há dúvidas de que esse é um dos filmes mais aguardados do ano, prometendo expandir o universo de Mad Max de uma maneira que vai além das expectativas. Dirigido por George Miller, o filme mergulha nas origens da icônica personagem Furiosa, que brilhou no filme Mad Max: Estrada da Fúria, de 2015, desta vez interpretada por Anya Taylor-Joy. A mudança da atriz original, Charlize Theron, para Taylor-Joy é significativa, no entanto a jovem atriz não decepciona e traz uma nova dimensão à personagem. Com o eterno Thor, Chris Hemsworth, no papel do antagonista Dementus, Furiosa: Uma Saga Mad Max promete não só ação desenfreada, mas também uma profundidade emocional que raramente se vê em filmes de ação.

Desde o início, George Miller deixou claro seu desejo de explorar mais a fundo o personagem de Furiosa. Após o sucesso monumental de Mad Max: Estrada da Fúria, que arrecadou 380 milhões de dólares mundialmente e levou para casa cinco Oscars, a expectativa para qualquer continuação ou prequela era imensa. Esse novo filme não apenas atende a essas expectativas, mas as supera ao transportar o expectador para um período anterior ao caos total da Cidadela de Immortan Joe. A história conduz a um oásis de paz antes da completa derrocada da sociedade, começando de forma frenética e mantendo esse ritmo até os créditos finais.

A decisão de focar na juventude de Furiosa e nas suas primeiras interações com o mundo brutal de Mad Max é uma escolha acertada. Anya Taylor-Joy entrega uma performance sutil, onde muitas vezes um olhar ou um gesto comunicam mais do que palavras poderiam. Essa abordagem minimalista do diretor, tratando o rosto humano como uma paisagem emocional, destaca a habilidade da atriz em transmitir profundidade com economia de diálogos. A simbiose entre diretor e atriz é evidente e eficaz.

Chris Hemsworth brilha ao interpretar um personagem falante e provocador que se destaca como um dos vilões mais memoráveis da franquia. Sua interpretação é refrescante, afastando-o dos saturados papéis de super-herói e mergulhando o ator num personagem complexo e vil. A química entre Hemsworth e Taylor-Joy é tensa e envolvente, com o conflito entre eles sendo o ponto central da narrativa. A performance de Hemsworth, cheia de nuances e de uma intensidade brutal, prova que ele é capaz de muito mais do que o estereótipo de herói em que frequentemente é encaixado.

A ação, como esperado de um filme Mad Max, é onde o filme realmente brilha. Ainda que não seja tão impactante quanto as do filme de 2015, as sequências de ação são magistralmente coreografadas, com uma câmera que se move de maneira fluida entre os veículos e os personagens, criando uma sensação de imersão inigualável. Miller eleva ainda mais o nível de realismo e intensidade que estabeleceu em Mad Max: Estrada da Fúria. Cada cena de perseguição e combate é uma obra de arte visual, com uma atenção meticulosa aos detalhes que torna cada momento inesquecível. O realismo é amplificado pelo uso de efeitos práticos e locações reais, uma marca registrada de Miller que continua a definir a série. Além disso, a obra apresenta um trabalho de fotografia repleto de detalhes que é de encher os olhos.

Apesar de ser uma prequela, Furiosa: Uma Saga Mad Max realiza com louvor a árdua tarefa de expandir o universo de Mad Max. Lugares mencionados em filmes anteriores, como a Vila Gasolina e a Fazenda de Balas, são explorados e ganham vida na tela, adicionando uma profundidade ao mundo pós-apocalíptico. Essa expansão é feita de forma orgânica e natural, integrando-se perfeitamente à narrativa principal. No entanto, o filme às vezes se apoia demais em seu predecessor, o que pode tornar alguns momentos previsíveis para os fãs de longa data da série.

A história de Furiosa: Uma Saga Mad Max gira em torno da decadência e da perda, refletindo o tema central de toda a franquia, que se baseia na sobrevivência a qualquer custo num mundo desmoronado, mas adicionando a vingança como eixo central. A obra enfatiza a origem trágica da personagem, destacando como suas experiências traumáticas moldaram a guerreira que conhecemos. O filme não só explora a ascensão de Furiosa em um mundo brutal, mas também seu impacto emocional e psicológico, créditos para o bom roteiro que foi escrito pelo próprio George Miller, com colaboração de Nico Lathouris.

A decisão de Miller de não dar destaque a Max Rockatansky no filme é audaciosa, mas justificada. O filme em questão é sobre a jornada pessoal da protagonista e seu crescimento em um ambiente hostil. Dessa forma, uma menor ênfase em Max permite que Furiosa brilhe como a heroína central, sem distrações. A relação entre Furiosa e as Muitas Mães, um grupo que a acolheu em sua juventude, é explorada com sensibilidade, destacando temas de comunidade e resiliência.

Furiosa: Uma Saga Mad Max é uma adição poderosa e necessária ao universo Mad Max. Enriquecendo o público e seu imaginário com um mundo em seus estágios mais primitivos, cheio de potencial para futuras explorações. Com performances excepcionais, direção magistral e cenas de ação que deixam o público sem fôlego, esse é um filme que não só honra seu legado, mas também estabelece novos padrões para o cinema de ação.

Por que ver esse filme? Furiosa: Uma Saga Mad Max é uma obra-prima que combina ação frenética com profundidade emocional, uma história de resiliência, sobrevivência e crescimento pessoal, contada por meio de performances memoráveis e qualidade impecável. Um filme imperdível para os fãs da franquia e para qualquer amante do cinema de ação. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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