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Godzilla Vs Kong


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 29/04/2021
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Parafraseando Dr. Drauzio Varela: Tá com saudades do cinema, né meu filho? Eu também! Acredito que na atual situação, a tela grande, o clima criado pelo escurinho e o som ensurdecedor, tão típicos do cinema, estão no imaginário dos amantes da Sétima Arte como algo de um passado distante. As salas de exibição da região até abriram recentemente, mas tudo de forma muito tímida. Isso porque poucas são as pessoas dispostas a se arriscarem para ir ao cinema para ver um filme “indieou cult” (com baixo orçamento de produção e quase nada de atrativos para a estrutura que as salas de cinema apresentam) que em geral foram as produções liberadas para esse período em que a pandemia ainda não deu trégua. Agora, finalmente, um blockbuster faz essa escapadela ao cinema valer a pena. Quase um mês após sua estreia mundial no serviço de streaming HBO Max (prometido para estrear apenas em junho no Brasil), chega aos cinemas o brutal Godzilla Vs Kong.

Quem nutria dúvidas a respeito do futuro do MonsterVerse da Legendary, após esse filme deixará isso de lado, pois Godzilla Vs Kong é aquele tipo de obra que aproveitou o melhor de seus filmes antecessores e ofereceu ao público o suprassumo do gênero. Ou seja, é fan service de primeira qualidade e que vai agradar em cheio a quem já é apaixonado pelos grandalhões. Aos demais, tudo vai depender do humor e da motivação de cada um quando for ao cinema. E por falar em fãs, no início de abril esse filme movimentou as redes sociais, principalmente o twitter, por meio das tags #TeamGodzilla Vs #TeamKong, algo que alavancou muito o sucesso do longa no streaming e que deu um impulso muito positivo em sua campanha de marketing.

A respeito da afirmação que fiz anteriormente sobre o filme ser o suprassumo do gênero, ela tem por base o fato dos humanos serem completamente secundários na trama. Como fã de filmes de monstro, falo com propriedade que aguentar duas horas de dramalhão humano para ser premiado, ao final, com cinco minutos de ação em tamanho gigante sempre me pareceu um preço muito caro. Foi assim com os Godzilla (2014), Kong: A Ilha da Caveira (2017) e também Godzilla 2: Rei dos Monstros (2019). Dessa vez, tudo está diferente, os humanos aparecem no máximo para fazer um gracinha e depois é só pancadaria entre os gigantões. Bem por isso, já adianto para todos que esse não é um filme cabeça, para pensar ou refletir. Além disso, seu roteiro é muito, mas muito simples, valorizando apenas o embate entre o “gorilão e o lagartão”, o resto é secundário. Sobre essa parte secundária, eu daria destaque para a relação entre Kong e a garota Jia, que detém a veia dramática da trama e que é muito bacana por evidenciar um relacionamento onde a comunicação acontece sem palavras, mas por meio da linguagem de sinais ou de olhares e gestos capazes de transmitirem sensações e emoções.

Isso foi um acerto do diretor Adam Wingard, que, diferente de outras obras baseadas em CG puro, conseguiu imprimir personalidade e até mesmo expressividade aos seus monstros. Falando nisso, outro ponto forte do filme são seus efeitos especiais, extremamente bem feitos, tanto que é quase impossível dizer que os monstros não são reais, ou mesmo que a terra não é oca em seu interior. Os efeitos também são responsáveis por permitir que as cenas de luta realizadas tanto durante o dia quanto a noite - iluminadas pelo neon da cidade -, sejam completamente visíveis e capazes de entregar com riqueza de detalhes os movimentos e personagens.

Sobre o roteiro, como dito anteriormente, ele é simples, mas imprime um ritmo muito bom ao filme, tornando-o bastante agradável e ótimo para prender a atenção do expectador do começo ao fim. O protagonismo de cada um dos monstros é muito bem dosado e serve para conferir profundidade quando a sequência se resumir apenas a soco, porrada e destruição. Além disso, outras questões técnicas também são favoráveis, como o trabalho de decupagem, principalmente nas cenas de ação. Como indicado no título, os “kaijus” (termo em japonês utilizado para designar monstros, ou criaturas estranhas) são as estrelas, mas o elenco humano, mesmo em segundo plano, entrega um bom trabalho, com destaque para Alexander Skarsgård, Millie Bobby Brown e principalmente para Kaylee Hottle, que interpreta a garotinha amiga do Kong. Vamos à trama!

Em Godzilla vs Kong, duas poderosas forças da natureza vão se enfrentar em uma grande batalha. Enquanto a organização científica secreta Monarch caça, investiga e estuda a origem dos Titãs, uma conspiração tem a intenção de acabar com todas as criaturas, sejam elas ameaçadoras ou não. O mundo sobreviverá ao duelo de monstros? 

Por que ver esse filme? Por que a obra entrega o que se propõe, figurando como entretenimento de primeira. Não foi à toa que muitos fãs começaram a se referir a essa obra por meio do interessante/zoeiro termo “rinha de monstro”, uma alusão a famigerada prática de rinha de galo. É porrada, monstro e ponto. Se você quiser história, drama, intriga, discussão filosófica ou profundos diálogos, precisa procurar outro tipo de filme. Esse é um verdadeiro blockbuster, feito para impactar e levar os fãs à loucura, seu visual, o clima meio vintage e meio 1980, tudo isso coopera para que a experiência seja a mais positiva possível. Se você gosta desse tipo de filme, esse é um excelente motivo para se dar ao luxo de sair de casa e ir ao cinema para assisti-lo na tela grande. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu

Odailson Volpe de Abreu


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