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Dungeons & Dragons: Honra entre Rebeldes


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 13/04/2023
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Mais uma semana com uma grande estreia baseada no mundo dos jogos, mas dessa vez, nada de games eletrônicos e sim o bom e velho RPG (role-playing game). Um tipo de jogo que era a maior diversão para os nerds dos anos 1980 e 1990 (o nerd de meia idade que vos fala se orgulha por ter vivido esse mundo de possibilidades que era o RPG), onde os jogadores assumiam o papel de personagens imaginários num mundo fictício. Interessante que mesmo com o advento da internet, da realidade virtual e de tantas outras novidades, o RPG raizaquele jogado na mesa da sala, com fichas de papel preenchidas a mão e personagens desenhados com lápis 2B com riqueza de detalhesainda persiste e tem espaço na vida de muitos adolescentes e adultos por aí. Bem por isso, recorrentemente o RPG está presente nas obras de entretenimento, como, por exemplo, em Stranger Things, ou mesmo no cinema. O filme dessa semana vem com ares de novidade e de redenção para a franquia de RPG mais famosa e empolgante de todos os tempos: Dungeons & Dragons. Sobre a ação recheada de comédia Dungeons & Dragons: Honra entre Rebeldes você vai ficar muito bem informado essa semana!

Esse filme chamou a atenção de muita gente nos últimos meses com seus trailers bombásticos. Eu vou ser bem sincero, o primeiro trailer que eu vi me irritou mais do que me empolgou. Minha antipatia pelo Chris Pine fez com que eu olhasse o trailer apenas pelo viés da comédia piegas, até porque, naquele momento, envolver Dungeons & Dragons naquele clima pastelão era a última coisa que eu, como fã, esperava. Provavelmente essa reação foi causada pelo medo de ver essa franquia de RPG ser mais uma vez humilhada no cinema, como foi no ano de 2001 com a fracassada tentativa de levar esse mundo de possibilidades para a tela grande em formato live-action. Dungeons & Dragons: A Aventura Começa Agora, de 2001, foi uma obra desastrosa de várias maneiras, desde as atuações ruins ou caricatas, como foi o caso de Jeremy Irons, chegando até a frustração máxima pelo fato da obra não ter feito nenhuma referência à animação clássica dos anos 1980, Caverna do Dragão, que era o que todo mundo queria ver.

No entanto, o temor de ver algo que a mim é tão caro maculado mais vez me cegou os olhos para alguns pontos interessantes do trailer e que viriam a chamar a atenção nos trailers posteriores, inclusive nesse mais recente, que revela as aparições rápidas dos jovens de Caverna do Dragão (isso mesmo, do desenho animado) nesse filme. Os trailers, além do humor que tanto me irritou, mostravam um mundo de fantasia muito bem concebido e coerente com o RPG, além disso, existia uma dinâmica muito boa entre os personagens da trupe e uma trama que chamava a atenção de forma positiva.

Agora, com a estreia, é possível perceber que o humor não foi um problema e apenas deixou a trama de ação mais leve, com tiradas cômicas muito bem distribuídas e que seguem a cartilha já imposta pelos filmes da Marvel. Os diretores, John Francis Daley e Jonathan Goldstein souberam lançar mão de toda a variedade de elementos, personagens e cenários que o infinito universo de D&D possui e colocou tudo isso de forma muito inteligente no filme. Ao fazer isso os dois assumem para si o papel de competentes e benevolentes “Dungeon Masters” de RPG (o termo pelo qual é chamado o mestre nos jogos de RPG e também o nome original do “Mestre dos Magos” do desenho Caverna do Dragão em inglês), que dão ritmo e vida a trama do jogo. Também os roteiristas Chris McKay e Michael Gilio contribuem para que isso torne a trama palatável e agradável. O roteiro vai além das boas sequencias de ação e aventura, e apresenta diálogos ágeis, bem-humorados e que dão profundidade à história.

Outro aspecto que chama atenção são os efeitos especiais, os diretores optaram por utilizar, em vários momentos, efeitos práticos e abriram mão do já conhecido CG. Em certos casos isso é um acerto, mas em outros fica notável que o que se vê tem um ar de algo artificial, veja o caso do povo-gato no filme. Interessante é que isso não incomoda em nada, já que a pegada do filme é ser leve e muitas vezes não se levar tão a sério. No final, situações como essa dão até mesmo um charme especial.

Outro aspecto positivo e que deve ser levado em conta é que os trailers não entregaram quase nada da trama. Como é de costume dos diretores, eles distribuíram reviravoltas, escolhas e imprevistos ao longo da jornada dos personagens, elementos que acabam envolvendo o público constantemente, até a chegada da esperada batalha final.

Sobre o elenco, os dois nomes de maior peso são Chris Pine e Justice Smith. Pine, é um bardo simpático e cheio de carisma, de forma que o ator empresta todo o seu charme canastrão para o personagem. Já Smith encarna muito bem o papel do mago, entretanto quem rouba a cena são as mulheres. Michele Rodriguez, interpreta uma barbará poderosa tanto quanto é bondosa e Sophia Lillis, assume o papel de uma druidesa capaz de mudar de forma. Além deles, completam o elenco Regé-Jean Page, como um paladino e o vilão, interpretado por ninguém menos que Hugh Grant, que dispensa comentários. Vamos à trama!

Um improvável grupo de aventureiros embarca numa épica jornada com o intuito de recuperar uma relíquia perdida. Contudo, as coisas se tornam perigosamente obscuras quando eles cruzam seus caminhos com as pessoas erradas. Parece pouco, mas é o suficiente para que você se interesse pela trama sem ter grandes spoilers.

Por que ver esse filme? O filme não traz nenhuma novidade e segue à risca a fórmula já consagrada dos filmes de equipe. Mas, mesmo assim, os diretores entregam ao público uma obra divertida, bonita de se ver, num mundo vivo, colorido e repleto de personagens e situações interessantes. A obra traz redenção à franquia D&D nos cinemas, já que entrega o que o filme anterior não conseguiu e ainda faz as menções tão desejadas pelos fãs aos personagens do desenho animado da década de 1980. Do mais, vale a pena ser visto porque é um filme para se distrair, se emocionando e rindo na mesma medida. Boa sessão!

Assista ao trailer:

 

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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