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Parrilla vira febre em Curitiba e revela mudanças no comportamento do consumidor


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 27/06/2025
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Explosão de casas especializadas consolida a técnica como protagonista na cena gastronômica curitibana 

Fotos divulgação

Nos últimos anos, Curitiba viu uma multiplicação de casas especializadas em parrilla, muitas delas lotadas mesmo em dias de semana. O fenômeno vai além da carne bem-feita: ele responde a um consumidor cada vez mais interessado em processos autênticos, ingredientes de qualidade e narrativas que envolvem tempo e identidade.

 “Curitiba tem passado por uma maturação do seu cenário gastronômico. O público local está cada vez mais exigente, informado e sedento por experiências que vão além da refeição em si. E a parrilla entrega isso: tempo, técnica e autenticidade”, aponta Ricardo de Amorim Cini, professor da PUCPR e pesquisador da cultura alimentar. Para ele, o crescimento econômico da classe média alta e de um público gourmetizado também favoreceu esse cenário. 

Apesar da Argentina ter se consolidado como o maior símbolo internacional da parrilla, a técnica é parte do patrimônio gastronômico do Cone Sul, incluindo Uruguai e o sul do Brasil.  “É uma prática regional, não nacional”, explica. Contudo, o preparo se diferencia do churrasco brasileiro tanto pelos equipamentos, quanto pelos cortes e forma de servir. 

Entre os que souberam ler essa mudança de comportamento está o Coxa Sports Bar, anexo ao Estádio Couto Pereira, que desde sua abertura em 2024 fez da parrilla o coração do cardápio. “A gente percebeu que o cliente quer uma experiência completa: o futebol como paixão e a comida como celebração. Trouxemos a parrilla justamente por isso, ela tem essa conexão emocional, além do sabor incomparável”, explica Victor Wille, sócio do bar. 

Para isso, o espaço investiu em uma parrilla de aço carbono construída sob medida. No cardápio, cortes típicos como assado de tira e ancho e até hambúrguer na brasa. “É um processo artesanal, que exige entender o fogo e o tempo da carne. E o cliente percebe e valoriza isso”, reforça Wille. 

Mas nem só de carne vive a parrilla curitibana. A técnica também ganha protagonismo quando aplicada aos frutos do mar, como mostra o restaurante Nuu Nikkei, no bairro Mercês. Especializado na fusão das cozinhas japonesa e peruana, o restaurante oferece opções surpreendentes preparadas na brasa, como o Paiche Al Horno (pirarucu laqueado ao molho barbecue da casa, saque, castanha-do-pará e sal maldon), o Pulpo Anticuchero (polvo ao molho panca e missô, com purê de batata e ragu de pimentão e azeitonas) e o Camarão Amaz (camarões grelhados ao aji amarillo com palmito e patacones crocantes). O uso da parrilla nesses pratos revela uma sofisticação técnica e sensorial que vai além da tradição — e confirma a versatilidade do método. 

Segundo o professor, a preferência por métodos mais lentos de preparo reflete uma tendência cultural mais profunda. “Vivemos uma revalorização do tempo, onde o comer é um ritual. A parrilla representa esse consumo mais consciente, afetivo e técnico que veio para ficar”, complementa Ricardo de Amorim Cini.


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