Publicado em 1864, o livro Viagem ao Centro da Terra, do escritor francês Júlio Verne, permanece como uma das obras mais influentes da literatura mundial, especialmente no gênero da ficção científica. Combinando conhecimento científico, aventura e um estilo narrativo envolvente, Verne abriu caminho para uma nova forma de imaginar o mundo – e o que existe abaixo dele.

A narrativa acompanha o professor Otto Lidenbrock, um excêntrico cientista alemão, que encontra um antigo pergaminho escrito em código rúnico. Ao decifrá-lo com a ajuda de seu sobrinho Axel, descobre um roteiro que sugere a existência de uma passagem para o centro da Terra através de um vulcão extinto na Islândia. Acompanhados por Hans, um guia islandês, os três se lançam numa jornada subterrânea repleta de perigos, maravilhas geológicas e descobertas surpreendentes.

Mais do que uma aventura fantástica, o livro revela o fascínio de Verne pelas ciências naturais, geologia e paleontologia. Ao descrever com precisão formações rochosas, fósseis e fenômenos naturais, o autor mescla o conhecimento científico da época com elementos fictícios, abrindo possibilidades imaginativas que antecipariam muitos debates científicos modernos.

Mesmo com o avanço do conhecimento geológico, que desmentiu a possibilidade de um "mundo interior" habitável como o descrito na obra, Viagem ao Centro da Terra não perdeu sua relevância. Pelo contrário: a obra continua a ser lida em escolas, adaptada para o cinema, teatro e quadrinhos, e estudada por seu valor literário, histórico e educativo.

A escrita de Verne é marcada por um estilo descritivo e minucioso, que convida o leitor a mergulhar – literalmente – em cada camada da Terra. Seu talento em construir personagens com diferentes temperamentos, como o destemido Lidenbrock e o cauteloso Axel, torna a leitura dinâmica e acessível a públicos de todas as idades.

No Brasil, a obra é amplamente publicada em edições comentadas e adaptadas, sendo frequentemente indicada em projetos de incentivo à leitura. Escolas e bibliotecas usam o livro como ponte para debater ciência, exploração e o próprio ato de imaginar.

Ao levar seus leitores a uma viagem impossível com base em perguntas reais sobre o mundo natural, Júlio Verne não apenas divertiu, mas inspirou cientistas, escritores e sonhadores. Viagem ao Centro da Terra permanece como um marco da literatura universal – uma prova de que a curiosidade humana, quando aliada à imaginação, é capaz de atravessar qualquer fronteira, até mesmo as profundezas do planeta.