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Destruição Final: O Último Refúgio e A Escavação


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 04/02/2021
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Mesmo com os cinemas já abertos, a opção de ver um bom filme no conforto e na segurança do lar ainda é muito mais tentadora do que sair de casa, isso porque a pandemia de COVID-19 está mais ativa do que nunca no auge de sua segunda onda. Ainda bem que os serviços de streaming estão cientes disso e não deixam o bom e velho expectador cair na mesmice. Em geral, o início de mês é sempre marcado por boas estreias e o mês de fevereiro não fugiu à regra, por isso, para essa semana, irei comentar sobre um lançamento da Amazon Prime Video, o ação/castástrofe Destruição Final: O Último Refúgio, e sobre um filme da Netflix, A Escavação. Vamos lá?

Começando pelo mais popular dos dois, Destruição Final: O Último Refúgio. O título é típico dos filmes do gênero, longo e trágico. Nesse sentido, eu gosto muito mais do título original em inglês, “Greenland, sutil, sugestivo e objetivo na medida certa. Se o título em português é quase um clichê o restante não está muito longe disso, pois o filme segue à risca a fórmula mágica estabelecida para um bom filme de desastre apocalíptico e não entenda isso como uma crítica, a meu ver isso é muito bom.

A fórmula mágica para esse tipo de filme esteve presente em grandes obras anteriores, tais como Impacto Profundo, de 1999 (um dos meus preferidos), 2012 ou mesmo Tempestade: Planeta em Fúria (olha outro título esdruxulo aqui), de 2017. Basicamente a fórmula consiste em uma família desesperada fugindo de uma ameaça eminente de destruição que, ao longo do caminho, acaba tendo contato com muita gente que não vale nada, no melhor estilo vilão de The Walking Dead. Soma-se a isso muitos efeitos especiais, um ritmo acelerado e, é claro, uma trilha sonora de tirar o fôlego. Pronto, você já tem um bom filme de catástrofe e um ótimo blockbuster!

O que é mais legal, é que essa fórmula não cai em desuso e quando nos propomos a assistir a um filme como Destruição Final: O Último Refúgio nós já sabemos pelo que esperar e isso nos satisfaz plenamente. Por isso, eu digo que esse filme é diversão garantida para o fim de semana. Os atores principais interpretados por Gerard Butler e pela brasileiríssima Morena Baccarin funcionam muito bem em cena e fazem com que o público se conecte de maneira ímpar com eles. O que é algo muito bom, já que Gerard Butler tem no currículo uma lista de filmes ruins. Já o garoto Roger Dale Floyd é um achado na trama e serve como o elo que mantém a família em questão, me surpreendi muito com sua atuação apurada mesmo com tão pouca idade. A cena em que ele delata seus sequestradores é bastante emocionante e um mérito exclusivo dele.

O diretor Ric Roman Waugh soube aproveitar muito bem seu baixo orçamento para fazer um filme que sustenta o foco no drama familiar sem deixar de lado a catástrofe eminente que se aproxima, isso faz com que o filme tenha um intimismo muito maior, sem cair na cilada de aparentar ser apenas mais um tipo mal resolvido de made for TV”. Além disso, o roteiro abre espaço para que personagens secundários que aparecem pelo caminho apresentem seus dramas e suas vidas, algo que realça a dramaticidade dos acontecimentos. Vamos à trama!

Uma família luta para sobreviver enquanto um cometa segue em direção à Terra. John Garrity, sua esposa Allison e seu jovem filho Nathan fazem uma perigosa jornada à procura de um local seguro para se estabelecerem. Nessa jornada, eles enfrentarão o pior da humanidade em um momento de crescimento do pânico, desbravando um cenário onde a lei não existe mais.

A Escavação

Já o outro filme que estreou essa semana e que está disponível no catálogo da Netflix é A Escavação, um drama histórico baseado em fatos e muito interessante. Primeiro gostaria de falar sobre o que há de real na trama em si. O filme conta a história de como um humilde arqueólogo inglês encontra, com a ajuda de uma viúva, o maior tesouro arqueológico do período medieval da Inglaterra. Os artefatos anglo-saxões estavam enterrados nas terras da viúva, num barco funerário muito bem conservado e que iluminou um período da história bastante obscuro daquela região. O filme tem como base o livro de John Preston lançado em 2007 e que buscava fazer justiça para a pessoa do arqueólogo Basil Brown, que foi ignorado nos louros do achado.

Nesse sentido, o filme do jovem diretor Simon Stone faz muito bem seu papel e apresenta com riqueza de detalhes não apenas o achado arqueológico, mas a relação de amizade que surge entre o arqueólogo e a viúva. Uma história que transparece ansiedade e emoção na busca pela descoberta e que aos poucos aborda e se mistura aos dramas particulares de cada um, entregando ao público uma profunda reflexão sobre a brevidade da vida e a eminência da morte, um deleite.

Por outro lado, a partir do segundo ato, outros personagens são introduzidos, relegando o drama histórico a um segundo plano e dando ênfase ao romance complicado de Peggy Piggot. Difícil entender qual o objetivo de tal história. Nela um casal de escavadores que recém contraíram matrimônio vivem uma relação confusa, insinuando muito, mostrando pouco e abrindo espaço para que Peggy desperte interesses amorosos pelo fotógrafo Rory, um personagem ficcional criado apenas para essa subtrama. Infelizmente isso faz com que o filme perca um pouco de ritmo e objetividade, mas ao final, a sensação que se tem é que o longa foi muito interessante e que valeu a pena.

O destaque maior do filme, com certeza, se deve a seu elenco estrelado, começando por Ralph Fiennes, que me surpreendeu ao fazer uma interpretação sólida, com uma pegada bem sóbria e contida. Já Carey Mulligan, como sempre, esbanja profissionalismo, simpatia e carisma. Além deles, Lilly James, nessa obra, se firma cada vez mais como a excepcional atriz britânica que ela sempre foi, desde seus tempos em DowntonAbbey. Confira a trama.

A Escavação narra os feitos de um arqueólogo que embarca na escavação historicamente importante de Sutton Hoo, em 1938, onde às vésperas da 2ª Guerra Mundial um grupo descobre uma grande quantia de ouro em uma câmara mortuária de um navio enterrado. Junto com o desenrolar dos fatos o filme expõe vidas, dramas e sonhos de todos aqueles que estão envolvidos nessa grande descoberta.

Por que ver esses filmes? Mesmo sendo produções completamente diferentes e com propostas muito distintas, ambos atendem de maneira muito clara ao público em geral. O primeiro, Destruição Final: O Último Refúgio, porque é um ótimo entretenimento, cheio de ação e ritmo acelerado, mostra-se um filme muito apropriado para quem quer apenas se divertir sem precisar pensar demais. Já o segundo, A Escavação, é um filme eclético, que deve atrair tanto o público ávido por histórias reais, quanto aqueles que gostam de um bom romance inglês. Aproveite as estreias, divirta-se e boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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