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Crianças que morrem de fome!


Por: José Antônio Costa
Data: 30/11/2018
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Na quarta-feira (21) foi divulgado pela Organização Não Governamental (ONG), Save The Children, um relatório muito triste. Os números lá mostrados revelam que 85 mil crianças menores de cinco anos morreram de fome desde que as hostilidades se intensificaram na guerra do Iêmen, há quase quatro anos.

Segundo as estimativas da organização, feita com dados coletados pela Organização das Nações Unidas (ONU), 84.701 crianças com desnutrição aguda grave morreram entre abril 2015 e outubro de 2018.

"Para cada criança morta por bombas e balas, dúzias morrem de fome e é algo que pode ser prevenido completamente", afirmou a diretora da ONG no Iêmen, Tamer Kirolos, que se mostrou "horrorizada" com o fato de cerca de 85 mil crianças no Iêmen terem morrido por "causa da fome extrema".

Escrevo sobre o tema com diversos pensamentos em minha mente. Fico imaginando a que ponto chega a maldade e orgulho de alguns líderes políticos. De modo simples, a guerra é sempre ocasionada pela falta de diálogo, a busca de poder e conquista de territórios, na maioria das vezes visando riquezas energéticas. O petróleo sempre foi o estopim de muitas guerras. Quem tiver curiosidade assista ao interessante documentário chamado “Virunga”.

Neste cenário inóspito, crianças indefesas sofrem pela ignorância de adultos. Esse é o caso do Iêmen. Embora chocante, a foto que está nesta coluna é da menina Amal Hussain, de sete anos de idade.

O rosto desta menina sofrida e a imagem de seu corpo esquelético castigado pela desnutrição foi publicada pelo jornal norte americano The New York Times e chocou o mundo, colocando-a como símbolo da grave crise de fome enfrentada pelo Iêmen, considerada a maior crise humanitária em curso atualmente. Dias depois, em 02 de novembro, apesar dos esforços médicos, ela morreu passando a integrar essa lista triste de inocentes vítimas da guerra.

Pensei inúmeras vezes se utilizaria a foto. O ditado popular que é letra de música “o que os olhos não veem o coração não sente”, sempre utilizado na linguagem mais pejorativa possível em referência à traição nos relacionamentos pode ser a explicação para a maneira que “tampo o sol com a peneira” e fico cego para os sofrimentos humanos.

Segundo dados da Unicef, 400 mil crianças com desnutrição grave aguda lutam diariamente em busca da sobrevivência, no Iêmen. Porém, a guerra civil que já dura quase quatro anos ameaça 1,8 milhão de crianças. O conflito é provocado pela oposição de apoiadores do presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi e rebeldes houthi. A crise alimentícia no país é agravada pelo bloqueio comercial liderado pela Arábia Saudita, que apoia o governo local, pondo sob o risco de fome 14 milhões de pessoas, de acordo com cálculos da ONU.

O Banco Mundial classifica como pobre quem vive com renda de até US$ 1,90 por dia, cerca de R$ 7,00. No preço dos alimentos, é fácil concluir que esse valor coloca pouca comida na mesa.

Confesso que causa dor olhar para a foto da menina iemenita. A dor precisa ser minimizada com ações. Estamos muito longe do Iêmen, mas neste clima de dezembro, (que deve permanecer o ano todo) pense em quantas pessoas passam dificuldades e como somos felizes e abastados por coisas simples como um prato de comida.

 

 

“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará”.

Mateus 24:12

 

José Antônio Costa


Anuncie com Jornal Noroeste
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