O período de lua de mel na política!
Na quarta-feira, (24) foi divulgada uma pesquisa encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e realizada pelo Ibope. O governo Jair Bolsonaro (PSL) é aprovado por 35% da população.
O desempenho do governo variou dentro da margem de erro, em relação à última pesquisa do instituto em março. O levantamento foi realizado entre os dias 12 e 15 de abril, com 2 mil pessoas, em 126 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A última pesquisa Ibope, divulgada em março, indicou que a Presidência de Bolsonaro tinha a pior avaliação dos últimos 24 anos. Naquele estudo, 34% da população considerou a gestão “ótimo ou boa”.
Analisando os primeiros 100 dias do Presidente Bolsonaro, (completados no dia 12), o governo apresentou o pior índice de aprovação de um presidente recém-eleito, desde Fernando Collor. Na política, os primeiros meses são considerados o período de lua de mel.
O período serviu para o Presidente praticamente exaltar todos os problemas e crises enfrentadas e geradas dentro do próprio governo, seja por declarações desastradas de Bolsonaro, de seus filhos, ministros ou membros do seu partido, o PSL. O tempo também foi suficiente para a queda de dois ministros: Gustavo Bebianno (Secretaria Geral da Presidência) e Vélez Rodriguez (Educação).
A política é sempre muito contraditória. Prega-se uma nova política, porém com métodos antigos. Líderes de cinco partidos governistas confirmaram na quarta-feira, (24) ao Jornal Folha de São Paulo que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ofereceu destinar um extra de R$ 40 milhões em emendas parlamentares até 2022 a cada deputado federal que votar a favor da reforma da Previdência no plenário da Câmara.
Hoje, os congressistas têm direito a R$ 15,4 milhões em emendas parlamentares. Com os R$ 10 milhões extras por ano, esse valor pularia para R$ 25 milhões.
Em resumo, a condenada prática do “toma lá dá cá”, a troca de favores, método antigo na política, volta a ser usado no governo Bolsonaro. “É dando que se recebe”.
A pergunta é: a Lava Jato alterou o modo de ser e agir dos políticos? Os velhos vícios seguem normalmente. A corrupção tem muita proximidade com o poder.
A nova política ainda não chegou a Brasília-DF. O período de lua de mel acabou. É previsível que todos nós pagaremos um alto preço pela aprovação das Reformas (Previdência e Tributária).
A maior parte da avaliação do presidente é baseada na economia que no momento está parada. Após a lua de mel é necessário maturidade.