A importância da doação de órgãos
Desde o anúncio da morte do apresentador Gugu Liberato, a autorização para a doação de seus órgãos, manifesta ainda em vida pelo apresentador, tem intrigado por conta de um número: 50 receptores poderiam ser beneficiados, nos Estados Unidos (local do óbito), graças à decisão da família de cumprir a vontade de Gugu.
No caso do apresentador, além dos órgãos mais conhecidos como coração, pulmões, rins e fígado, pacientes podem receber também tecidos, como pele, válvulas cardíacas, tendões, ossos e cartilagens.
A doação de órgãos e tecidos é um gesto de amor que pode salvar inúmeras vidas, porém é ainda envolta em tabus e preconceitos, dificultada pela negativa de familiares.
Sempre admirei famílias que em meio ao sofrimento da perda, permitem que a equipe médica faça a retirada de partes do corpo do ente querido para que a vida continue. A legislação que trata sobre o transplante diz que a decisão é da família após a morte.
A lei brasileira é clara e exige o consentimento familiar para a retirada dos órgãos e tecidos para transplante, ou seja, a doação só ocorre quando é autorizada pelo responsável legal. Porém, a manifestação em vida a favor ou contra a doação é de extrema importância, pois facilita a tomada de decisão pelos familiares do falecido, podendo favorecer ou não o consentimento após a morte. E para que fique claro, o desejo da família é o que deve ser respeitado em nosso país.
Por isso, a importância da conscientização sobre a doação é fundamental. Comecei a entender melhor sobre o tema em 2007, quando minha irmã Regina (falecida em 2017), até então enfrentava o sofrimento da hemodiálise três vezes por semana e foi contemplada com um rim, de uma mulher da cidade de Paranaguá que foi vítima de um atropelamento. A família decidiu doar todos os órgãos e com isso minha irmã ainda viveu mais 10 anos com o rim transplantado.
Naquele ano, 2007, tivemos o prazer de conhecer a família da doadora lá em Paranaguá. Foi um momento de alegria e muita emoção.
Diante disso, o ideal é manifestar a vontade de doar e informá-la à família. Não adianta deixar o desejo expresso por escrito e nem um registro, mesmo gravado em vídeo ou declarado em rede social, por exemplo, pois o que prevalece é a decisão dos familiares.
A única forma de ser um doador pós-morte é discutir o assunto, em vida, com os seus familiares, o que permitirá também a todos que participarem dessa conversa, revelarem-se doadores ou não doadores de órgãos. Como bem enfatiza a campanha da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos: Doe órgãos! Doe Vida!
“Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos”. 1 João 3:16