Candidatura embrionária
Quanto mais se aproximam as eleições 2024, maior a quantidade de possíveis candidatos a prefeito de Nova Esperança. De forma embrionária, algumas candidaturas começam a ser geradas.
Numa conta rápida, é quase uma dezena os nomes de postulantes ao cargo ocupado pelo prefeito Moacir Olivatti (CDN).
É certo que a política local mexe com a vida das pessoas, pois as coisas que precisam ser ajustadas e melhoradas na sua rua ou no seu bairro estão diretamente ligadas à administração municipal.
Em Nova Esperança, tudo aparentemente está muito calmo na política. Em outras épocas já era possível analisar com precisão quem seriam os pré-candidatos a prefeito (a). Aliás, a ex-prefeita Maly Benatti (União Brasil) já colocou o seu nome como pré-candidata. Quanto aos demais nomes, apenas conjecturas de prováveis pré-candidatos.
A eleição para prefeito e vereadores interessa muito à comunidade. Os debates são sempre muito acalorados em torno das propostas. A eleição local desperta antigas rivalidades e, muitas vezes, une velhos inimigos, alguns não titubeiam em utilizar a equação do poder pelo poder.
Assim como no futebol, a política tem uma linguagem diferente, e não tem dicionário capaz de traduzir a linguagem e explicar como aquela pessoa que diz - “não sou candidato”, estará em 2024, a procura de votos. Portanto, nos bastidores da política quem diz - "quero ser candidato", não pretende ser! Já quem diz - "talvez", é porque já está viabilizando a disputa.
Lembro dos tempos de Nilton Cézar Servo, falecido em fevereiro de 2015. Naquela época a política em Nova Esperança fervilhava. Nilton, com seu estilo "forasteiro", chegava com um tempo antes, arrumava a casa aqui, manifestava o desejo de ser candidato na cidade, o que em linguagem política indicava a necessidade de provocar um "debate" interno de lideranças, especialmente para formar "bancada" para o legislativo. Rapidamente os grupos políticos locais se articulavam e colocavam os nomes para disputa.
No ano 2000, lançou sua esposa Tuco Servo (PDT) à prefeita de Nova Esperança. Naquele pleito eleitoral, tivemos cinco candidatos – José Benatti (PSDB) que tentava a reeleição, Gerson Zanusso (PSC), Odair Teodoro (PTB), Silvio Chaves (PMDB) e Tuco Servo (PDT). O estreante Gerson Zanusso foi eleito. Frustrado com o resultado, no dia seguinte à noite, Nilton reuniu um grupo de pessoas e foi até o Fórum protestar contra o resultado das eleições. Ele sustentava que as urnas eletrônicas haviam sido fraudadas.
A intenção dele era se apresentar como "novidade" ao eleitor na disputa para o executivo. Na sua última aventura eleitoral em 2008, disputou a eleição contra Maly Benatti (PMDB), e Roberto Pasquini (DEM), ficando em terceiro lugar com 2.611 votos ou 16% dos votos válidos, menos que a abstenção daquela eleição que foi de 17%, representando 3.682 eleitores.
Não cabe aqui uma análise do temperamento às vezes complexo e explosivo de Nilton, porque não é nosso esse dever de julgar, no entanto lembro-me dele como um homem com paixão pela política e que não tinha medo de colocar seu nome em disputa e também da emblemática frase – “o homem de fala o que sente e responde pelo que fala”.
Há tempos percebo uma crise política nacional que causa efeito direto nas bases. Nova Esperança sente claramente o desgaste dos políticos e talvez isso tenha gerado desânimo de vários pretensos pré-candidatos e também revoltado os eleitores.
Quem serão os pré-candidatos ao executivo? O espaço está aberto. As candidaturas ainda estão embrionárias, precisam crescer, desenvolver e nascer com a vontade popular para que seja atribuído nome ao candidato.
“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”.
Otto von Bismarck (1815 – 1898)
Nobre, diplomata e político prussiano e uma personalidade internacional de destaque do século XIX