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A barbárie nossa de cada dia


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 06/03/2025
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Ao conceber mais esta nova exposição de ideias, na condição de cidadão da cidade do Rio de Janeiro e principalmente, considerando-me um ser humano, possuidor de algum sentido quanto ao respeito a vida do outro humano, independentemente de quem seja ou como esteja, não posso deixar passar a oportunidade de infelizmente, criticar e debater mais um ato de barbárie, inaceitável, imoral, inumano e com todos os requintes de um mal banal inaceitável contra a vida do outro: um jovem incendiou um morador de rua enquanto este dormia, para ser exibido pela internet, visando o cumprimento de uma aposta e a exibição do ato de cumpri-la: queimar com garrafas contendo gasolina, o corpo de um morador de rua que dormia.

Isto mesmo! Um menor de dezessete anos, cometeu tal ato de barbárie, por simples diversão e sentimento de poder, sem demonstrar a mínima consciência de estar destruindo a vida de um ser humano, não demonstrando qualquer tipo de respeito ou empatia para com a vida deste outro. O considerando inclusive como inumano. Talvez um mero objeto de diversão. Ou um mero vagabundo ou marginal, a ser eliminado do corpo social. Tal ato de barbárie, só ilustra como está se encontra de modo comum e banalizado no cotidiano de cidades como a do Rio de Janeiro, onde os moradores de rua, não são percebidos como seres humanos, mas sim na situação de coisas, entraves, algos passíveis de destruição ou mera manipulação, como neste caso relatado pela mídia carioca.

Os requintes de tal ação cruel, presentes neste ato de barbárie, demonstra um total desrespeito a vida humano, pois o morador de rua foi considerado algo a ser queimado e exibido pela internet, para provar inclusive a coragem do jovem incendiário em realizar o ato de barbárie, sem qualquer tipo de preocupação com a humanidade do corpo queimado. Indiferente a dor do morador de rua. Expondo-se abertamente ao queimar o corpo do morador de rua, exibindo se abertamente, com a sensação de estar exercendo uma postura gloriosa. Exibindo-se para o seu público, cumplice e admirador destas situações de barbárie.

Penso que deve-se refletir a respeito deste acontecimento, levando-se em conta, o que jovens como este podem realizar em situações extremas, contra a vida alheia, ao considerá-la inferior. Desprovida dos mínimos direitos e passível de ser tirada, sem qualquer tipo de consideração moral ou humanista. Um ato de barbárie, que sempre deve ser inaceitável e passível de muita lamentação e condenação, por parte de uma sociedade que se quer ser reconhecida enquanto justa, moral e civilizada.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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