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VOCÊ NÃO É INVISÍVEL PARA MIM!


Por: Sarah Rebecca Eliziário Bonetti
Data: 18/03/2021
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A triste cultura de invisibilidade do irmão mais velho

Quando um bebê nasce, há grande alegria e comoção. Os familiares ficam em êxtase e muitas vezes disputam entre si para ver quem irá pegar o bebê. Com as pessoas de fora não é diferente, quem de nós ao ver um bebê não fica encantado? Mas e quando existe um irmão (a) mais velho?

Em muitos casos e casas, quando um bebê nasce todo energia e atenção são destinados a ele, mas e se essa criança tiver um irmão mais velho, como fica o relacionamento com ele? Para as pessoas ao redor, esse irmão pode ser simplismente invisível quando na presença do bebê, que supostamente tem muito mais atrativos, visualmente falando.

Há algumas semanas estive lendo no Instagram um relato sobre o quão real pode ser a invisibilidade do irmão mais velho. Dizia algo mais ou menos assim: o filho mais velho enquanto estava no elavador na companhia da mãe e seu irmão bebê, se virou para mãe e disse, “Mamãe, você viu o que aquelas pessoas fizeram!? Elas entraram no elevador e só olharam para o meu irmão, era como seu eu fosse invisível”. A mãe amorosamente se virou e disse, “Eu também me sinto assim as vezes, mas isso acontece com tudo o que é novo, as pessoas ficam empolgadas em ver um bebê. Mas lembre-se, você não é invisível para mim”. No dia seguinte, novamente no elevador, outras pessoas entraram e fizeram a mesma coisa, começaram a brincar com o bebê, mas dessa vez, mãe e filho simplesmente se olharam e sorriram, como que dizendo um para o outro “Você não é invisível para mim”.

Esse simples relato nos fazer compreender que mesmo uma criança percebe quando é sutilmente ignorada, ainda mais em preferência de um irmão seu. Mudar as pessoas à nossa volta em relação a isso é um projeto mais extenso, mas para essa família, especialmente e acima de tudo, para esses pais, esse filho ou filhos mais velhos, não podem jamais e de maneira alguma, ser “invisíveis”.

É lógico que um recém-nascido irá exigir mais atenção e tempo por parte dos pais, mas eles nunca podem esquecer de passar tempo de qualidade com os outros filhos. É claro que eles podem contar com a ajuda dos avós para isso, mas nunca delegue a outra pessoa uma tarefa que é sua e só vai ter real valor se for feita por você. Muitas vezes, os filhos não querem brincar só por brincar, mas o que eles realmente desejam é ter vocês por perto. Por isso pais, nunca deixe seu próprio filho ser invisível para você.

Sarah Rebecca Eliziário Bonetti

Sarah Rebecca Eliziário Bonetti Psicóloga Perinatal/Obstétrica CRP 08/30339 (44) 92000-3094 @gestarpsicologia


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