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O Brasil após a reforma da Previdência


Por: José Antônio Costa
Data: 12/07/2019
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O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta-feira (10), o texto-base da reforma da Previdência em primeiro turno por 379 votos a 131. O resultado foi conquistado com folga em relação ao mínimo necessário de 308 votos. O texto segue para análise em segundo turno, o que pode ocorrer ainda hoje, (sexta-feira, 12).

Ontem, a Bolsa de Valores operava acima dos 106 mil pontos e o dólar caiu para R$ 3,76. Especialistas acreditam que o aumento no número de investidores na Bolsa que foi registrado recentemente tende a ser maior com a aprovação, já que a medida visa trazer estabilidade à economia brasileira.

“A Reforma da Previdência é só o começo. Logo após virão as privatizações, talvez liberação do FGTS e outras medidas que o Paulo Guedes irá tomar. Esse conjunto vai impulsionar a economia e atrair o investidor estrangeiro”, comentou o economista-chefe da PCA Capital, Pedro Coelho Afonso.

Para Fernando Bergallo, diretor de Câmbio da FB Capital, a aprovação da Reforma em segundo turno, deve gerar efeitos positivos, mas não tão distantes da realidade atual. “Se aprovada em segundo turno antes do recesso parlamentar, já deve baixar o dólar para R$ 3,70 ou menos e a Bolsa deve operar acima dos 110 mil pontos”.

Reforço que a política é sempre muito contraditória. Prega-se uma nova política, porém com métodos antigos. O governo de Jair Bolsonaro liberou R$ 1,13 bilhão em emendas parlamentares voltadas para a área da saúde. Coincidentemente, a liberação dos recursos aconteceu na semana em que o governo trabalhava na conquista de votos dos deputados para a aprovação da tão propagada nova Previdência.

Os valores estipulados pelas emendas poderão ser usados para custear ações na atenção básica de saúde, como atendimento em postos, campanhas de vacinação ou outras ações. O recurso vai carimbado para determinada cidade, mas a forma como o gestor irá usar a verba é livre.

As emendas, no entanto, não representam dinheiro a mais para a saúde. O governo terá de, nos próximos meses, cortar ações que deveriam ser financiadas com recursos do orçamento do governo federal, ou seja, ele adianta o recurso agora para, numa outra etapa, cortar em outras ações.

Em resumo, a condenada prática do “toma lá dá cá”, a troca de favores, método antigo na política, volta a ser usada no governo Bolsonaro. “É dando que se recebe”.

Foi “vendida” a ideia que a reforma da Previdência salvará o Brasil, ou seja, o tema é um divisor. BANP - Brasil Antes da Nova Previdência e BDNP - Brasil Depois da Nova Previdência.

Não se pode falar nada que contrarie a nova Previdência, pois ser contra as suas injustiças é como muitos dizem “ser contra o Brasil”.

Como exemplo, cito o professor do fundamental ou segundo grau, com 25 anos de trabalho, perderá 30%? Para receber 100% de benefício, terá que trabalhar 40 anos? Trabalha o tempo mínimo, ganha 60% do valor. A cada ano, mais 2%. Resultado: tem de trabalhar 40 anos para chegar a 100%.

Ou ainda, as aposentadorias ligadas ao Regime Geral da Previdência que terão redução de até 40%. Haverá corte de pensões. Viúvas podem perder 50% de seu benefício.

Cálculos mostram que ninguém se aposentará com totalidade de proventos e a idade mínima é uma ficção. O discurso de quebra de privilégios ocorre apenas para servidores públicos civis, pois militares e parlamentares possuem regras mais suaves, portanto o discurso de tratamento igualitário, cai por terra.

Por fim, a grande maioria da população está admitindo e apoiando a restrição ao exercício de direitos sociais conquistados e garantidos pela Constituição Federal uma vez que a nova Previdência desmonta todo o sistema de seguridade social brasileiro.

 

“Faça piada velha para público novo e piada nova para público velho”. Jô Soares (Humorista, apresentador de televisão, escritor, dramaturgo, diretor teatral, ator e músico brasileiro).

José Antônio Costa


Anuncie com Jornal Noroeste
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