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Negacionismo, Política e Pandemia


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 12/04/2021
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Reconheço que a temática exposta no título, para essa nova exposição de ideias, já nos cause certo cansaço. Contudo, com a situação de agravamento da pandemia, penso que ainda exista algo a ser dito sobre este assunto, respeitando-se sempre posições de desacordo, condição salutar para o diálogo e a reflexão.

            Parto do pressuposto de que a posição negacionista está longe de ser confortável e saudável, além de apresentar aspectos éticos complicados. Afinal, negar a realidade configura-se enquanto uma postura de mentir friamente, podendo depois, quando não for mais possível negar ou conveniente não mais fazê-lo, se colocar como tendo esquecido que mentiu, embora lembrando-se de que o fez, apesar de tudo. Convenhamos que deve ser extremamente extenuante.

Destaque-se que o mais grave são as consequências da confusão e desnorteamentos que tal postura nos indivíduos que caem nessa armadilha. Algo que percebemos claramente neste período de pandemia do Covid-19. Tal quadro, leva aos extremismos, as indiferenças, as ansiedades e as desesperanças. O fato é que a negação se torna tóxica tanto para os que a colocam em prática quanto para aqueles supostamente enganados.

            A questão que muitas vezes escapa com referência a qualquer tipo de negacionismo é a de a política atual se utiliza deste para se organizar e perpetuar, não sendo suficiente ou correto, denominar a política organizada pelo negacionismo como uma prática de política da pós-verdade. Tampouco se coloca em discussão discute-se o motivo por que alguns abandonam voluntariamente o fazer político, abandonando o vínculo com as verdades que no fundo os aterrorizam. Também se demonstra como superficial, a análise que classifica os que aderem à posição política negacionista como meros incautos ou fanáticos obscurantistas.

            Penso            que a parte essas questões, a principal à necessária de ser ressaltada, é nós assumirmos as nossas responsabilidades, e aqui ressalto tanto a responsabilização dos governantes como a dos governados, perante o que se tornou um fato inegável: a dor e a morte que atingiram e atingem pessoas em várias partes do mundo e mais especificamente aqui no Brasil, devido à letalidade desta pandemia, que devido às posturas negacionistas, acarretando indiferença e irresponsabilidade por parte de muitos, inclusive por motivações políticas, mantém-se presente de modo insistente em nosso cotidiano.      

Por Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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