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Medicamentos: salvadores ou vilões?


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 24/05/2019
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O equilíbrio é a chave para o sucesso em tudo na vida, seja na vida profissional, emocional, espiritual e na saúde não é diferente.

Medicamentos podem ajudar como também podem prejudicar a nossa saúde.

Devemos ter ciência que medicamentos são drogas e só devem ser usados quando receitados por um profissional qualificado, a automedicação é perigosa como também o excesso dela.

Assim como a falta de medicação pode não surtir o efeito desejado o excesso pode levar a efeitos colaterais e novas doenças.

A criança seja pela inocência ou pela curiosidade pode vir a querer consumir medicamentos, alguns até podem ingerir um frasco inteiro de analgésicos ou xaropes atraídos pelo sabor adocicado ou o colorido dos comprimidos; chegam até a consumir anticoncepcionais. Por isso é muito importante guardar medicamentos longe do alcance delas.

Uma pesquisa realizada pela Datafolha com a população brasileira com a idade a partir de 16 anos e que utilizaram medicamentos nos últimos seis meses, aponta que mais da metade dos brasileiros (57%) que usaram remédios nos últimos seis meses se automedicou mesmo tendo uma prescrição médica, alterando a dose do medicamento por conta própria. De uma forma geral, 77% da população se automedicam.

Foram entrevistadas 2.074 pessoas de todas as regiões do país, incluindo capitais, regiões metropolitanas e cidades do interior, de diferentes portes. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.

Mas porque a população se automedica?

De acordo com a Folha de São Paulo o motivo mais alegado foi a sensação de que “o medicamento fez mal” ou “a doença estava controlada” outro motivo foi o custo do medicamento “ele é muito caro”.

Grande parte desse problema está relacionada às consultas rápidas em que o médico mal olha para o paciente. “Ele sai do consultório cheio de dúvidas, não entende a prescrição toma do seu jeito ou abandona o tratamento quando se sente melhor.” Afirma Walter da Silva Jorge João presidente do CFF.

Paulo Olzon professor da Unifesp concorda. ”Há planos que pagam R$ 20,00 a consulta. O médico faz cinco em uma hora, 12 minutos por paciente. Como você estabelece uma relação de confiança, que possibilite adesão ao tratamento, nessas circunstâncias?”, questiona.

De acordo ainda com a pesquisa os medicamentos mais utilizados pelos brasileiros nos últimos seis meses foram: analgésicos e antitérmicos 50%, antibióticos 42%, relaxantes musculares 24%, calmantes e antidepressivos 12%, remédios para diabetes 7%, medicamentos para colesterol 7%.

(A entrevista foi realizada entre os dias 13 e 20 de março de 2019, a amostra é de 2074 pessoas com margem de erro de 2 pontos percentuais). 

Outro grande problema é que a população de uma forma geral tem em suas casas uma “farmacinha” com diversos tipos de medicamentos às vezes até com prazo de validade vencidos. As mulheres por sua vez têm muitas vezes em sua bolsa um arsenal de tipos diferentes de medicamentos.

Essa cultura de se automedicar pode ser muito perigosa e ao invés de ajudar pode prejudicar.

A automedicação pode mascarar os sintomas e dificultar o diagnóstico correto.

“Muita gente não se dá conta de que dor e febre são importantes alertas do corpo, e diagnosticar sua causa é tão importante quanto aliviar o incômodo. Algumas pessoas tomam analgésicos diariamente para dor de cabeça e deixam de consultar um médico para descobrir o motivo da dor, essa prática atrapalha o diagnóstico e tratamento precoce de  algumas doenças sérias como tumores e aneurismas cerebrais. Há, também, quem tome antitérmicos indiscriminadamente, sem sequer ter um termômetro em casa para se certificar de que estava com febre”, afirma a médica Ana Maria Lima.

Não é ingerindo altas doses de medicamento que você terá uma cura mais rápida, esse hábito pode levar uma intoxicação por medicamentos.

Os sintomas por intoxicação por medicamentos são: vômitos, dores abdominais intensas, dificuldade para respirar, suor excessivo, perda de consciência, diarréia, queimação na boca, garganta ou estômago, paralisia, mau hálito, convulsões, lábios arroxeados ou cianóticos..

A médica Ana Maria Lima alerta que “Não é incomum atender pacientes que utilizam, por exemplo, dipirona, anador e novalgina mais de uma vez ao dia, sem perceber que todos esses produtos, apesar das marcas comercias diferentes, contêm a mesmíssima dipirona.

O uso indiscriminado de medicamentos tem ocasionado problemas de saúde, tais como:

ASPIRINA usado para curar febre, inflamação pode levar à morte, graças à alteração do funcionamento do fígado e dos rins; tontura; zumbido; dor de cabeça; visão embaçada, náuseas, dor abdominal dificuldades respiratórias, vômitos e sangramentos; se a dose for exagerada, pode causar alucinações visuais e auditivas.

PARACETAMOL é um analgésico, se ingerido em grandes doses afeta o fígado e rins podendo levar a  hepatotoxicidade, toxicidade renal, alterações na fórmula sanguínea, hipoglicemia, dermatite alérgica.

IBUPROFENO é outro analgésico e anti-inflamatório o consumo excessivo pode provocar ataques cardíacos, anemia, perda auditiva, hipertensão, abortos e óbito. Afeta gravemente o trato grastrointestinal causando hemorragias e úlceras.

ASPIRINA PLUS, ALGI TANDERIL, CORISTINA,  DORFLEX,  MIORRELAX, NEOSALDINA todos contém cafeína em sua composição, o problema é que a sobredosagem de cafeína pode alterar o sistema nervoso central, causando uma parada respiratória, aumentando a pressão arterial, produzindo ansiedade, irritabilidade, insônia, sudorese, taquicardia e úlceras gástricas.

VALIUM, MIRTAZAPINA, VALERIANA e PROZAC medicamentos que combatem o estresse, o uso inadequado gera ansiedade, alucinações, delírio, psicose e insônia mas  quando associados à Aspirina, ao álcool ou a bebidas energéticas, podem matar.

VITAMINA D  é a vitamina da moda, atua como hormônio, participa da absorção de cálcio no intestino e auxilia a regular sua concentração, algo crucial para os ossos, mas em excesso pode levar  a perda de apetite, náuseas, vômitos, seguidos de sede excessiva, aumento da emissão de urina, fraqueza, nervosismo e hipertensão arterial. O cálcio pode depositar-se em todo organismo, especialmente nos rins onde pode provocar lesões permanentes, perda da função renal e calculose renal.

Ou seja antitérmicos não curam enxaqueca e podem até piorar; antitérmicos podem mascarar algo mais grave, como infecções; anti-inflamatórios podem sobrecarregar os rins; uso de vitaminas só é indicado se a pessoa tiver carência específica e precisar de reposição; antiácidos e remédios para dor de estômago podem encobrir algo mais sério, como úlceras e gastrites; xarope pode mascarar uma pneumonia.

Nenhum medicamento é isento de riscos à saúde, existem formas alternativas para evitar o excesso de medicamentos até que você possa procurar ajuda de um profissional que possa  orienta-lo.

- Gripe: chá quente de limão com mel e alho.

- Cólicas: chá de camomila

- Azia: chá de gengibre

-Dor de cabeça: chá de sementes de limão

-Dores musculares: chá de erva-doce, canela e sementes de mostarda.

Estamos na era do imediatismo, queremos solução rápida para nossas dores, mas essa rapidez pode ter um preço caro para saúde. Procure um médico sempre que sentir algum incômodo e informe-o sobre todos os medicamentos que toma ou já fez uso. Não sobrecarregue seu organismo com excesso de medicamentos. 

Tenha bom censo ao utilizar medicamentos e faça uso de forma racional para que assim você possa ter uma vida mais saudável.

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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