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Entenda os diferentes tipos de Vacinas contra o Novo Coronavírus


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 07/01/2021
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Toda pandemia é composta de fases. A primeira delas é a descoberta, e o alastramento do vírus, que fazem vítimas e causam dor e mortes. Medo e insegurança tomam conta, medidas de segurança são tomadas. A economia é afetada.

            Começamos a aprender a lidar com a doença, entendemos como ela se comporta, codificamos sua estrutura, e dá-se início então, a criação de medicamentos e vacinas.

            Finalmente, surge o nascimento da tão sonhada vacina, e muitos países já deram início as suas campanhas de imunização.

            Mas, muitas pessoas desconfiadas, dão ouvidos a Fake News, que põe em dúvida a eficácia e segurança dela.

            Sim, ela foi feita em tempo record, nenhuma outra vacina antes, foi feita em tão pouco tempo. Mas, nenhuma etapa foi negligenciada, todas elas foram observadas e testadas.

            Temos que ter em mente que, a medicina tem avançado, dia após dia, e as experiências anteriores de outras epidemias, contribuíram para o sucesso da produção da vacina.

            Fatores que contribuíram e podem explicar a rapidez, são: nunca antes se viu um esforço global para combater um vírus. Pesquisadores em todo mundo se desdobram, trabalham de dia e de noite, 24 horas e sem descanso.

            As pesquisas têm tido apoio financeiro, tanto de iniciativas privadas quanto públicas, em se tratando do novo coronavírus, toda e qualquer informação, têm sido compartilhadas e trocadas, entre os pesquisadores do mundo inteiro, inclusive artigos científicos publicadas em revistas de referência, que outrora eram pagos, hoje são gratuitos, num piscar de olhos as informações e conhecimentos chegam até eles.

            Além disso, as pesquisas não começaram do zero, pois epidemias anteriores ajudaram, a exemplo a MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), que apareceu em 2012, na Arábia Saudita, que é uma variante do coronavírus, têm características parecidas com o novo coronavírus, e a experiência com ela, contribuiu para as pesquisas. Ou seja, já havia conhecimentos acumulados que foram aproveitados, para a criação da vacina.

            De forma não egoísta e maravilhosa, todo mundo se uniu, e se têm se esforçado para criar uma vacina segura e eficaz, não apenas uma, mas várias têm sido testadas, concluídas e aprovadas. Tecnologias diferentes têm sido empregadas. Dentre elas podemos destacar três, com vírus inativos, com inserção artificial de informações (RNA), e por adenovírus recombinante.

            A Coronavac, desenvolvida pela parceria chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, em São Paulo, usa uma técnica conhecida e já consagrada, e empregada há vários anos, que consiste no emprego de vírus inativos, ou seja, os cientistas cultivam em laboratório o vírus, e depois o matam, picam em pedacinhos, e fazem a vacina. Ela não é capaz de desenvolver a doença, pois o vírus está morto ou inativado, as vacinas da gripe e da raiva, também são feitas com a mesma técnica. Ela é altamente segura e eficaz, porém como o vírus está inativo, precisa ter uma alta cobertura vacinal, ou seja, quanto mais pessoas se vacinarem melhor será. São mais baratas. Esta vacina fica estável a uma temperatura de 2° C a 8° C.

            A Pfizer, em parceria com a BioNTech, e a Moderna, já usam uma técnica inovadora, o RNA mensageiro, que usa síntese química e não depende de organismos vivos, a vacina introduz no organismo material genético, mandando as células produzirem determinadas proteínas, que ativam o sistema imunológico, criando assim resposta imune que protegerá o indivíduo posteriormente. É bom salientar que ela não ter poder de alterar nosso material genético, haja vista, que é feita através de RNA e ela só alcança o interior do citoplasma da célula, e nosso material genético fica localizado no núcleo da célula e é feita de DNA e não de RNA. São as que conferem maior eficácia, a Pfizer confere 95% e a da Moderna 94,5%. São mais caras. Elas ficam estáveis, em baixas temperaturas baixas, a da Pfizer a -70°C e a da Moderna a -20° C.

            As vacinas do consórcio Oxford-AstraZeneca e do Instituto Gamaleya, na Rússia (Sputnik V), é feita com adenovírus recombinante, os cientistas pegam o adenovírus de macaco, retiram toda a carga genética de dentro dele, só deixam a sua estrutura ou forma, e inserem dentro dele um pedacinho do Sars-CoV-2. Com o objetivo de produzir proteínas, que ativarão nosso sistema imunológico, gerando assim resposta imune ao vírus. As duas ficam estáveis a uma temperatura de 2° C a 8° C.

            O melhor modo de cessar uma pandemia ou epidemia, é através da vacinação, é preciso que todos se conscientizem e acreditem. Todos devem tomar a vacina. Todas as diferentes tecnologias são seguras e eficazes. Quanto maior a cobertura vacinal, mais rápido, sairemos desta, é uma estratégia coletiva, não adianta uma pessoa tomar, e as pessoas que estão ao seu redor não tomarem. Se, por ventura houver baixa cobertura vacinal, o vírus pode fazer mutações, o que seria uma tragédia.

Esta pandemia nos traz uma grande lição, se não entendermos que devemos nos ajudar uns aos outros, não teremos êxito, se todos caminhar em direções opostas, não chegaremos a nenhum lugar, agora se todos unidos, juntos, caminharmos em uma única direção, certamente chegaremos onde queremos chegar, que é a erradicação desta doença.

 

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Enfermeira Obstetra e Especialista em Fisiologia Humana

           

           

           

 

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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