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Educação, Pandemia e Virtualidade


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 14/07/2020
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Em mais esta exposição de ideais, gostaria de destacar os efeitos do Covid-19 sobre uma das dimensões sociais mais importantes do ser humano: a educação. Assim sendo, proponho refletir um pouco a respeito de como será o educar pós-pandemia. Por sinal, talvez tenha que reformular a questão: Como está sendo o educar, no contexto atual do Coronavírus? Em praticamente todas as partes do mundo, afetadas pela pandemia, entre as medidas de contenção contra o vírus, a educação nos diferentes níveis de ensino, passou a ser remota ou online, apresentando-se inicialmente enquanto uma medida emergencial e provisória, mas pelo que podemos perceber tal situação, que já se fazia presente antes da pandemia, não só se intensificou como pelo que tudo, indica veio para ficar. As previsões referentes ao uso das tecnologias virtuais na prática educacional, se caracteriza agora como um fato praticamente consumado e que desafia a todos os agentes envolvidos no processo: pais, docentes, discentes, governos, especialistas em educação, etc. a se adequarem cada vez mais à educação virtual e talvez menos, à prática educacional presencial. Convenhamos que neste século XXI, a virtualidade transformou nossa forma de lidar com o que denominamos de realidade. Por sua vez, as novas gerações que experimentam e consomem bastante a virtualidade, passaram a perceber o mundo a partir deste paradigma virtual. E partindo da noção de paradigma, a educação virtual provocará a reflexão e possivelmente fortes mudanças, no paradigma dos ambientes de ensino concretos e  que sempre representaram espaços presenciais e de socialização, como no caso da escola tradicional, que serão substituídos pelo espaço das redes virtuais como modo de educar e virtualmente falando, também socializar os indivíduos, fato que já ocorria antes da pandemia e só se acelerou devido aos seus efeitos inesperados ou menosprezados. Penso que a nova geração, percebe a socialização pelas redes como natural e mais prática. Desta forma, aparentemente não terá dificuldades de fazer parte desta nova realidade virtual da educação. Porém, os sujeitos de gerações anteriores e que se encontram trabalhando no campo educacional, necessitarão reciclar-se para acompanhar e colaborar com o processo. Não cabe discutir aqui os pontos negativos ou positivos deste evento. A tecnologia em si, não tem uma essência valorativa, mas o modo e os fins para os quais a utilizamos depende sim de nossos valores e interesses. O principal a dizer é que se faz necessário refletir com calma sobre os efeitos dessas alterações tão extremas. Seja como for, a impermanência nos retira da zona de conforto, e para sairmos dela devemos nos reeducar para continuar a caminhar. Aliás, sempre foi assim na História humana, depois de passarmos por grandes catástrofes ou pandemias como a atual.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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