Apresento este novo texto, dias após a data comemorativa à “Consciência Negra”. Meu intuito aqui é propor uma reflexão e discussão referente à urgência de uma Consciência Antirracista. Certamente, não objetivo desmerecer ou minimizar o 20 de novembro. Não se pode questionar que sua celebração nos convida a refletir sobre a posição dos negros em nossa sociedade. Reflexão a respeito das gerações de afro-brasileiros que sucederam a época de escravidão. Que sofreram e ainda sofrem com o racismo e a exclusão em nossa atualidade. Ressalte-se que “Consciência Negra” é uma expressão que designa a percepção histórica e cultural que os negros têm de si mesmos. Representa também a sua luta contra a discriminação racial e a desigualdade social.

Penso, que a criação de um dia comemorativo da Consciência Negra, precisa nos conscientizar cada vez mais sobre a importância de valorizar um povo que contribuiu e contribui para a construção social e enriquecimento cultural da sociedade brasileira. Que enfrenta desafios causados pela herança histórica da escravidão, colonialismo e racismo estrutural. Uma luta que definitivamente deve ser de todos. Criar uma consciência antirracista que envolva todo o corpo cidadão desta nação. Soará como senso comum, mas não basta negar que somos uma sociedade racista, pois afinal nós somos. Devemos tomar de modo afirmativo atitudes antirracistas.

Sabemos que neste período de novembro, diversas atividades e projetos são realizados, principalmente nas escolas de todo o país, para comemorar a luta antirracista dos afrodescendentes e que não deve ser só deles. Assim sendo, que não nos limitemos a esta data para refletirmos e buscarmos agir. Que a consciência antirracista e as eventuais ações contra o racismo, ocorram ao longo das experiências relacionais em nosso cotidiano. Inegavelmente a consciência antirracista aumentou. Todavia, o compromisso de luta concreta e efetiva de toda a sociedade, necessita acompanhar esse crescimento.