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E após o 13 de Maio?


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 16/05/2023
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Quando construo mais este texto, para nossa exposição de ideias, a data de 13 de maio, já terá passado. Um dia notoriamente “conhecido” e “comemorado” enquanto acontecimento da abolição da escravatura em nossa sociedade. Indubitavelmente, um momento importante, mas coloco então a questão formalizada por mim, como sendo o título deste texto: E APÒS O 13 de MAIO do ano de 1888? Podemos completar ainda questionando: O que mudou concretamente em nosso quotidiano?

Claro que o regime de escravidão, oficialmente e formalmente, foi abolido e os negros escravos foram libertos com a da Lei Aurea. Porém, o que aconteceu depois do dia 13 Maio? Os negros agora ex-escravos, ganharam a plena cidadania? Passaram a ser reconhecidos como seres humanos? Ganharam os direitos essenciais para viver plenamente suas liberdades? Foram aceitos pela sociedade branca e escravagista, ou continuaram a ser discriminados na condição de sub-humanos e inferiores racialmente? Percebamos! São questões após o 13 de Maio, que se fazem ainda muito presentes em nossa atualidade social, política e econômica.

Quando nos questionamos e refletimos a respeito do após 13 de Maio no hoje, observamos e constatamos, apesar de haver que persista em reconhecer a falácia da democracia racial. Falácia intensamente implementada, visando minimizar a herança da violência do colonialismo e da desumanização, promovida pelo processo de escravidão, marcas persistentes em nossa sociedade. Tal situação, continua até certo ponto, dificultando as lutas contra o racismo, exaltando-se a miscigenação e a democracia racial, mascarando o problema racial no Brasil e a situação de exclusão de grande parte da população negra, que permanece de forma majoritária, confinada nas periferias e favelas. São desqualificados como corpos e subjetividades marginais e perigosas, tornando-se alvos de ações de repressão direta pelo Estado.

Devemos refletir que após o dia 13 de Maio, o dito racismo institucional e naturalizado social, persiste em nosso quotidiano social e político. Condição que coloca os sujeitos negros em grupos de exclusão, desemprego, subemprego e violência. Privados e discriminados em grande parte de acesso à educação de qualidade, saúde e moradia. Colocados assim em condições sub-humanas.  Desta forma, mais do que comemorar de maneira ufanista, o 13 de Maio, devemos refletir e agir, após o 13 de Maio, visando construir uma maior equidade, reconhecimento e respeito para todos. Combatendo-se todos os modos e práticas de exclusão e discriminação racial e social.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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