A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.


Consciência da Morte, Sofrimento e Humanização


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 16/04/2021
  • Compartilhar:

Indubitavelmente em nosso momento presente pandêmico, a mortalidade e o sofrimento, nos alertam ou deveriam alertar para a consciência da morte. Encarar a nossa finitude como um fato existencial. Sei que o tema aqui exposto pode aparentar uma certa morbidez e até pessimismo. Contudo, em mais essa oportunidade, gostaria de ressaltar como podemos crescer enquanto humanos, a partir dessa experiência que a pandemia traz. 

Afinal, cientes de nossa mortalidade e que sofremos em nossa condição existencial. O sofrer, faz parte de nossa existência. E nossa resposta deveria ser o de ter consciência da morte como essencial para nos humanizarmos. Destaco a reflexo de um filósofo espanhol do século XX, Miguel de Unamuno, “nos afastar do sofrimento, nos afasta de nossa humanidade, além de nos afastar da consciência sobre a nossa vida” (Unamuno,2019). Desenvolver a consciência com relação à morte e ao sofrimento nos humaniza, por mais que nos doa. 

Humanização que ocorre quando reconhecemos nossa finitude. Ao aceitarmos a morte como parte de nossa existência e encararmos o sofrimento em nossa caminhada. Ainda, citando Miguel de Unamuno, “ao encaramos nossas próprias dores, limitações e a morte, nos tornaremos capazes de amar outros seres humanos que também sofrem, que são limitados e morrem” (Unamuno,2019). Há aqui uma perspectiva ética importante, principalmente para nosso contexto atual, que nos convida a sermos mais solidários com o sofrimento e a morte do outro ser humano. 

Obviamente, podemos escolher ou negar o sofrimento e a consciência da morte, sendo a mais fácil, mas limitando nossa humanização, gerando indiferença e egoísmo. Ou podemos escolher aceitar que há o sofrimento e que vamos morrer, nos possibilitando amar e viver de modo mais amplo, além de abrir a possibilidade de uma caminhada existencial mais profunda e autêntica.    

Unamuno, Miguel. “Do Sentimento Trágico da Vida”. Martins Fontes, 2019.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


Anuncie com Jornal Noroeste
A caption for the above image.


Veja Também


smartphone

Acesse o melhor conteúdo jornalístico da região através do seu dispositivos, tablets, celulares e televisores.