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Diante do “turbilhão” de informações que nos atingem diariamente por meio da internet e dos demais veículos de comunicação, o homem pós-moderno vive com a sensação de que conhece muitas coisas. O problema é que informação não é sinônimo de conhecimento. 

As pessoas costumam usar os termos de forma intercambiável, sem saber o fato de que existem diferenças. Informação significa dados processados sobre alguém ou alguma coisa, enquanto o conhecimento refere-se a informações úteis obtidas através da aprendizagem e da experiência. 

Exemplifico: imagine que você esta diante de uma receita de bolo, a lista dos ingredientes e até mesmo as instruções acerca do preparo, te dão as informações necessárias sobre como preparar o bolo. Mas, somente depois que você juntou os ingredientes e preparou o bolo é que o conhecimento acerca do preparo está sobre o seu poder. 

Ter acesso à receita (informação) não lhe permite afirmar que você sabe fazer o bolo (conhecimento), é preciso juntar os ingredientes (informações) e utilizar técnicas de preparo corretas (métodos de análise) para que a sobremesa fique pronta. 

O conhecimento é a conclusão de uma análise feita através da soma das informações às técnicas de análise previamente obtidas. Ele é um raciocínio completo e que tem algum tipo de aplicação prática. 

Agora que você sabe que informação não é conhecimento (ainda que a informação faça parte do processo para se obter conhecimento), é possível constatar que temos muita informação, porém, pouco conhecimento. 

Há mais de dois mil anos, o filósofo Sócrates (469 a.C. - 399 a.C.) se deparou no Templo de Apolo em Delfos com a frase “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”, estava escrita no pátio do templo. 

Essa é uma reflexão importante até hoje. Essa é a única maneira como você se conhece através dos sentidos e de tudo aquilo que exterioriza em palavras, gestos e ações. É a chave para assumir o que já possui de bom e ter a capacidade de melhorar aquilo que precisa ser melhorado. 

É nesse momento que voltamos às questões centrais da humanidade, tais como: “Quem sou eu?”, “Por que o mal existe?”, “O que é a vida e o que posso fazer dela?”, “Qual o sentido da minha existência?” e “O que posso deixar de bom para as pessoas que convivem comigo?”.

Essas são questões existenciais que a filosofia tenta responder. Esse tipo de questionamento dá uma abertura ampla para que a pessoa passe a analisar seu próprio estado de vida.

O ser humano sempre foi o verdadeiro mistério a ser analisado pela Filosofia. E esse humano não se trata de um conceito genérico ou abstrato, mas do eu como indivíduo irrepetível, como pessoa. Dizia Agostinho (354-430): “Eu próprio havia me tornado um grande problema; eu não compreendo tudo o que sou”. Agostinho, como pessoa, torna-se protagonista e sujeito de sua própria filosofia e sua busca pelo conhecimento: ao mesmo tempo observador e observado. 

No processo do “autoconhecimento” somos o observador e o ao mesmo tempo o “objeto a ser observado”. 

Dentro do autoconhecimento, importar-se consigo mesmo não é algo voltado somente para o próprio umbigo, vai muito além. É uma percepção da importância que temos nos grupos aos quais pertencemos. O indivíduo que se conhece bem está muito mais entendido não só do que é capaz, mas também do que é incapaz.

O que causa felicidade, amor, tristeza, euforia e raiva em você? O que motiva você levantar de manhã? O autoconhecimento é a solução para todas essas questões, pois nos deixa bem mais fortes e mais seguros sobre a nossa condição enquanto seres humanos em evolução.

Alison Henrique Moretti


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