Primeiramente quero deixar bem claro que esse texto não é sobre homossexualidade. Todos têm o direito de viver sua opção sexual livremente sem que ninguém o acuse de estar infringindo uma lei ou uma convenção social. O assunto que vou abordar aqui é a tão discutida “Ideologia de Gênero”.
O termo ideologia foi desenvolvido pelo francês Destutt de Tracy (1758-1836). Esse conceito foi amplamente usado pelos alemães Karl Marx e Fredrich Engels, autores do Manifesto Comunista (1848). A palavra é composta pelos vocábulos gregos eidos, que indica “ideia”, e logos com o sentido de “raciocínio”.
De acordo com filosofo italiano Nicola Abbagnano, em geral pode-se denominar ideologia toda crença usada para o controle dos comportamentos coletivos, entendendo-se o termo crença, em seu significado mais amplo, como noção de compromisso da conduta, que pode ter ou não validade objetiva. Em outras palavras ideologia é um conjunto ideias que podem influenciar o comportamento das pessoas.
O termo “gênero” tem origem no grego genos e significa “raça”. Na concepção da Lógica, o termo indica “espécie”. Usualmente é usado para indicar o “masculino” e o “feminino”. A junção desses dois termos na sociedade pós-moderna é usada para afirmar que os gêneros — masculino e feminino são construções histórico-culturais impostas pela sociedade. Esse é um conceito relativizado e distorcido, haja vista que ignora a natureza e os fatos biológicos, alegando que o ser humano nasce sexualmente neutro.
Os “ideólogos do gênero” afirmam que a sexualidade, ou seja, o desejo sexual do individuo e o gênero (homem e mulher) não estão relacionados com o sexo (órgãos genitais). Desse modo, a identidade de gênero e a orientação sexual passam a ser moldadas ao longo da vida. Por exemplo, a criança passa a decidir depois de crescida se quer ser menino ou menina, sendo que, a genitália com que essa criança nasceu nada tem a ver com a sua sexualidade.
A diversidade de corpos, de valores e de estilos de vida é um fato, e não uma ideia. Isso é consequência da pluralidade e diversidade que caracterizam a sociedade contemporânea.
Que a sexualidade do individuo é e deve ser uma “escolha” eu concordo plenamente. O que os defensores da ideologia de gênero argumentam é que a democracia e os direitos individuais estão sendo violados uma vez que a discussão freada e interrompida.
O que me parece “antidemocrático” é introduzir nas escolas materiais didáticos que fazem apologia ao comportamento homossexual. Como já foi dito no inicio do texto, todos têm o direito de viver sua opção sexual livremente, desde que isso seja uma escolha do individuo e não uma “sugestão”.
O argumento da neutralidade sexual do individuo é consequência da fragmentação do mesmo, e essa é uma das características da concepção humana pós-moderna (leia mais sobre o assunto no artigo Metamorfose Ambulante na edição do dia 20/11/2018). Ou seja, fazer separação entre o gênero (homem e mulher) e o sexo (órgãos genitais) é o mesmo fragmentar, dividir, o individuo.
Menino nasce menino e menina nasce menina, isso é fato. A ausência de valores absolutos, outra característica da pós-modernidade, é que tenta desconstruir essa realidade. O discurso dos que defende a ideologia de gênero é inflamado com argumentos que segundo eles defendem a liberdade. Mas liberdade mesmo é conceder ao individuo a possibilidade de viver sua opção sexual sem influência de fatores externos como a mídia, escola, políticos entre outros.