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Como os gentios serão julgados por Deus?


Por: Fernando Razente
Data: 20/05/2024
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Romanos 2.12a (ARA): “Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão;”

O tema central do apóstolo Paulo nos três primeiros capítulos de Romanos é a doutrina da depravação total ou universal, isto é, que judeus e gentios (toda a humanidade) estão debaixo da condenação do pecado e sem recursos próprios para se justificarem diante de Deus.

Por um lado, os judeus não podem se vangloriar de ter a lei, porque não a cumprem cabalmente e, por outro, os gentios não podem alegar desconhecimento e ignorância de não terem recebido a lei, pois Deus se revelou na natureza e na consciência humana, Ambos estão “(...) em pé de igualdade no que se refere ao pecado e à salvação”, como diz o pastor John Stott.

De maneira especial, o versículo que iremos examinar, coloca judeus e gentios na mesma categoria de pecado e morte. Hoje, iremos analisar apenas a primeira parte do versículo – parte “a” – onde Paulo trata dos gentios, para na semana que vem, se Deus permitir, analisarmos a segunda parte, sobre os judeus.

No verso 12, Paulo resume a vida de pecado de ambos sob a perspectiva do juízo final e apresenta que o resultado é perecimento (apolountai=destruição total) para os gentios e julgamento (krith?sontai=condenar/punir) para os judeus.

Paulo lida especificamente com a classe dos gentios (os não-judeus) quando diz que “(...) todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão;”. O que Paulo quis dizer com isso?

Resumidamente – como expressou o exegeta João Calvino – Paulo quer dizer que “(...) embora nenhum Moisés lhes tenha sido dado para publicar e ratificar uma lei do Senhor, ele ainda nega que esta omissão seja uma razão pela qual eles [gentios] não mereceram a justa sentença de morte por seus pecados.”

É como se Paulo estivesse dizendo que mesmo os gentios não tendo recebido uma lei – inspirada de maneira especial por Deus e feita escrita, como no caso do povo judeu – os tais não serão considerados inocentes pelo Senhor no juízo final. A justificativa disso encontra-se tanto antes quanto depois do versículo 12.

Em Romanos 1.18-20, Paulo deixa claro ao leitor que Deus se revelou na natureza e é conhecível por meio dela. Por isso, ninguém poderá alegar no juízo final que não sabia que Deus existia ou que Deus não se deu a conhecer mediante uma lei escrita. Nem o índio da mais distante tribo que nunca ouviu falar do evangelho poderá se desculpar.

Já em Romanos 2.15, Paulo – referindo-se aos gentios – defende que há uma “(...) norma da lei gravada no seu coração”, ou seja, que antes mesmo de uma lei externa e escrita, Deus já havia gravado em todo coração humano às exigências de Sua Santa vontade, o que muitos filósofos e juristas têm chamado de moral natural do ser humano.

Para esses gentios que sem a lei (Antigo Testamento) pecaram, quebrando aquela outra lei, gravada em seus corações e rejeitando, suprimindo ou distorcendo a revelação do ser divino exposta na natureza (Sl 19), o juízo será perecimento, destruição total, o inferno de ser banido para sempre da face do Senhor (2 Ts 1.9).

Todavia, note caro leitor, que tal juízo não ocorrerá segundo as especificidades das exigências veterotestamentárias, mas segundo a luz que os gentios receberam. Eles não perecerão segundo um padrão, luz ou conhecimento que ignoram, mas sim, segundo aquilo que claramente receberam e conheceram.

É isso que Paulo quer dizer quando declara que “sem lei perecerão”. Paulo não está dizendo que os gentios serão condenados sem nenhum critério, como se Deus fosse um juiz arbitrário, com marcas de favoritismo. Como vimos no último texto, Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11). Mas pelo conceito “lei” do verso 12, o autor refere-se à revelação verbal e especial feita escrita. Essa lei não servirá de base para Deus condenar os gentios, mas tão somente o conhecimento que Ele disponibilizou em seus corações e na criação.

Isso nos ensina quão justo, verdadeiro e equitativo é o julgamento do Senhor!

 

Que Deus nos abençoe para sempre!

Sola Scriptura.

Fernando Razente

Amante de História, atuante com comunicação e mídia, leitor voraz e escritor de artigos de opinião e matérias jornalísticas.


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