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Coluna Sétima Arte - Zona de Combate


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 21/01/2021
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A Netflix encontrou nos filmes de ação um bom filão para alavancar ainda mais seu serviço de streaming, tanto que no ano de 2020 muitos de seus sucessos mais avassaladores pertenciam a esse gênero. Além disso, a utilização de atores que se consagraram por meio de personagens famosos em filmes de ação de outros estúdios são um chamariz ainda maior para seus lançamentos. Foi assim com Resgate, em que o protagonista era ninguém menos do que o famoso Thor do Universo Cinematográfico da Marvel, e também com The Old Guard, com Charlize Theron, que se consagrou musa da ação por meio de Mad Max:  Estrada da Fúria e Atômica.

Partindo desse princípio, o mais novo sucesso da Netflix (ele estreou recentemente e já está entre os filmes mais assistidos da plataforma) traz como protagonista outro grande ator do Universo Cinematográfico da Marvel. Ele é Anthony Mackie, um ator que está em seu melhor momento profissional. Digo isso porque, na Marvel, ele é quem dá vida a Sam Wilson, também conhecido como Falcão, amigo próximo do Capitão América e um dos novos Vingadores. Seu sucesso com esse personagem é tanto que recentemente ele ganhou uma série juntamente com o Soldado Invernal e que em breve estreará no Disney+. Mackie é a grande estrela de Zona de Combate, um filme de ação/guerra/ficção e que é o tema da Coluna Sétima Arte dessa semana.

Essa indefinição de gênero que eu evidenciei acima já traz um pouco das dificuldades que o filme apresenta. Essa obra atira para muitos lados. Em alguns acerta o alvo, mas em outros precisa melhorar muito sua mira. Como filme de ação ele entrega um resultado competente e satisfatório, mas como guerra e ficção ele precisaria se aprofundar muito mais, sobretudo na resolução dos dilemas que tenta estabelecer. Por outro lado, quem gosta de filme de guerra nunca está muito preocupado com dilemas e por isso, acaba satisfazendo mais ao público desse gênero.

Partindo do que acabei de afirmar, fica claro que o problema central do filme é o roteiro, escrito por Rowan Athale e Rob Yescombe. Ele é longo e demora muito para embalar, após uma introdução tensa que anima o expectador são quase cinquenta minutos até que a trama se desenrole novamente. O roteiro é claramente uma cópia futurista do premiado Dia de Treinamento, de 2001, principalmente porque os personagens, o andamento e os dilemas giram em torno da questão moral e dos limites que devem ser ultrapassados em nome de um ideal. Dentro dessa premissa os roteiristas incluem um sem número de diálogos que abordam inúmeras questões e não levam a nada. Dentre essas questões, apenas para ilustrar, estão ética, compaixão, obediência cega, extrema militarização, a miséria da guerra e muitas outras, mas nenhuma consistente a ponto de gerar reflexão.

Com esse roteiro mal resolvido, quem tenta salvar a obra é o diretor Mikael Håfström e para essa empreitada ele conta com a ajuda da dupla central de atores, Anthony Mackie e Damson Idris. Diga-se de passagem, é a competência e a seriedade deles que torna o filme algo realmente digno de ser visto. Por sua vez, o diretor investiu em ótimas sequências de ação, muito bem coreografadas, muito tiro, explosão e sangue para agradar ao público, tanto que a indicação do filme é para maiores de 18 anos.

O fato do filme se passar em 2036 potencializa essa possibilidade de fazer com que as lutas sejam um evento à parte dentro do filme, pois o futuro garante a um dos protagonistas ser realmente sobre-humano. Além do mais, mesmo personagens secundários apresentam uma destreza contra os inimigos que é de encher os olhos, é o caso de Sophyia, interpretada pela atriz Emily Beecham, que dá um show ao utilizar seu próprio casaco como arma. Dessa forma, o filme entrega aquilo que boa parte do público gosta e aprecia, ou seja, uma boa obra de ação. Vamos à trama!

Em Zona de Combate, após desobedecer a ordens diretas de seu superior um jovem militar, piloto de drones, é enviado a uma zona de guerra com a missão de localizar um perigoso dispositivo capaz de causar o apocalipse. Auxiliado por um androide, ele precisará evitar que o aparato seja encontrado por líderes insurgentes.

Por que ver esse filme? Esse é um filme indicado para pessoas que têm paciência para esperar quase uma hora até que a ação realmente comece, mas tenha certeza de que, depois que a grande reviravolta da trama se apresenta, o que você verá será muito tiro, porrada e bomba. Além das boas cenas de ação, o CG da obra também é atração e muito bem feito, por exemplo, nos robôs, chamados Gumps, utilizados pelos Estados Unidos da América e pela Rússia na zona militarizada. Pena que eles aparecem pouco e não possuem muita função na trama. Mesmo sendo previsível e recheado de clichês, Zona de Combate entrega o que se propõe e acaba sendo uma boa diversão para o fim de semana. Fique atento à classificação etária para que as crianças não se traumatizem com muitos tiros à queima roupa e boa sessão!

 

 

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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