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Sétima arte - Fuja


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 08/04/2021
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Essa semana, o que eu mais queria era falar sobre Godzilla vs. Kong, caros leitores, mas isso não vai acontecer! Essa era minha intenção porque eu sempre fui fã do “lagartão” e porque o filme tem sido um sucesso de público ao redor do mundo, mesmo em tempos de pandemia. Mas, infelizmente não comentarei porque no Brasil não temos, no momento, nem cinema e nem de HBO Max, os dois únicos meios para poder contemplar o longa. No primeiro caso, o cinema, o descontrole da pandemia em terras brasileiras realmente tornou esse tipo de entretenimento não apenas inviável, como fatidicamente mortal. Já o segundo, o HBO Max, é um serviço de streaming da Warner e nem tem sinal de quando estará disponível no Brasil. Se não temos o filme, sobram notícias! Como apresentado acima, o filme estreou de maneira híbrida, tanto no cinema quanto no streaming e fez muito sucesso. Só para ter uma ideia, na primeira semana de estreia ele arrecadou mais de 48 milhões de dólares e isso porque os cinemas ainda estão fechados em muitos países do mundo. Um verdadeiro sucesso! Por aqui, tudo indica que você terá que esperar até o final de abril para ver o filme no cinema, isso se a pandemia deixar. Sobre isso, o que se pode dizer é que essa experiência de cinema/streaming foi muito lucrativa e tende a ser mais frequente. Prepare-se para outros lançamentos com essa mesma pegada, pois ao que tudo indica, tanto o esperado Mortal Kombat, quanto o novo Esquadrão Suicida irão seguir esse formato.

Por aqui, resta-nos falar sobre os lançamentos que estão disponíveis em nossas televisões. Dessa forma, essa semana, quero comentar sobre Fuja, um suspense a moda antiga que está conquistando o público da Netflix. Produzido e veiculado pela Hulu no Estados Unidos, ele foi comprado pela Netflix para a alegria dos brasileiros, que agora poderão contemplar um thriller de suspense bastante envolvente. Caso você não esteja muito acostumado com a nomenclatura, esse gênero é aquele tipo de filme que tem como elemento central a tensão e a excitação, ou seja, você fica o tempo todo grudado no sofá sofrendo cena após cena junto com o protagonista. Não é à toa que tem feito grande sucesso no Brasil, pois é um gênero que agrada muita gente e que tem tido poucos representantes nos lançamentos recentes.

Acredito que o primeiro ponto a discutir sobre Fuja é que esse filme, diferente de Buscando... filme anterior do diretor Aneesh Chaganty, não tenta inovar em nada. Pelo contrário, segue passo a passo a cartilha de um bom thriller de suspense. O expectador, quando começa a ver o filme, já consegue imaginar claramente o rumo que a trama irá tomar, mas, mesmo assim, se vê compelido a continuar assistindo, isso porque ver uma garota deficiente sofrendo na mão de sua mãe psicótica desperta instintivamente a empatia em qualquer um.

Partindo do princípio da empatia, já adianto que é impossível não sofrer junto com a pobre Chloe, protagonista da trama. Após um nascimento complicado ela vive uma vida de privação devido a coleção de doenças que a acometem, tais como asma, hemocromatose paralisia, diabetes e arritmia cardíaca. Mas nenhuma dessas doenças é tão terrível quanto a doença, à primeira vista imperceptível, que assola sua mãe, a Síndrome de Munchausen. Um problema real, que tem como principal característica o impulso incontrolável por contar mentiras e inventar histórias sobre si ou sobre pessoas próximas. Essa doença já esteve presente em outras obras de entretenimento de sucesso, dentre elas a recente série The Act, que narrava o drama real vivido por Gypsy e sua mãe Dee Dee, que apresenta um quadro clínico muito parecido com a da mãe de Chloe do filme em questão.

Falar mais sobre a doença de Diane, mãe de Chloe, seria estregar a sua experiência em ver o filme, por isso, vou me ater às questões técnicas. A direção de Chaganty é muito competente, fazendo com que o ritmo da trama seja muito intenso, cada sequência desperta pavor, ansiedade e algumas vezes até falta de ar no expectador (fique atento as cenas na farmácia e no telhado). Outro acerto do filme é seu tempo de duração, o roteiro foi construído de maneira a não criar grandes pontos de reflexão ou reviravoltas, é tudo preto no branco, fazendo com que o prazer de sentar e ver o filme seja completo, sem exigir muita reflexão ou esforço mental, tudo isso ao longo de apenas uma hora e meia. Para muitos, principalmente os mais críticos esse simplismo do roteiro pode ser um problema, eu vejo como um diferencial.

O outro ponto alto de Fuja é seu elenco, que não é tão extenso, mas completamente competente. O filme se resume a Diane e Chloe, mãe e filha, tudo mais pode ser descartado na história e as atrizes que interpretam as duas, sem dúvida alguma, carregam o filme nas costas. A mãe ficou a cargo da brilhante Sarah Paulson, que impõe seriedade e perfeição a tudo o que faz. Já a filha é interpretada pela estreante Kiera Allen, que dá um show de atuação, principalmente porque na vida real ela também é uma pessoa cadeirante. Só isso, já faz de Fuja um filme extremamente interessante e digno de ser visto. Vamos à trama!

Em Fuja, Chloe é uma adolescente que sofre de inúmeras doenças, inclusive paralisia, que a colocou em uma cadeira de rodas. Ela é educada em casa por sua mãe, Diane e aguarda a carta de resposta da faculdade. No entanto, o comportamento estranho apresentado pela dedicada mãe começa a deixar a jovem desconfiada de que algo está errado. Quando encontra um remédio receitado para a mãe, a jovem passa a questionar tudo o que Diane faz, suspeitando que algo muito mais sinistro está por trás de tudo.

Por que ver esse filme? Porque mesmo com um enredo pouco original, ele vai te prender do início ao fim. Para mais, ele é muito bem executado em suas questões técnicas, apresenta um elenco excepcional e tem um efeito sufocante no expectador, que fica completamente vidrado na tela. A maior vantagem é que é um tipo de entretenimento simples, prazeroso e que, no final, te dá aquela sensação boa de justiça (ou, talvez, vingança). O filme está em primeiro no top 10 do Brasil na Netflix, ou seja, mais um motivo pra você assistir Fuja o quanto antes. Boa sessão!

Por Odailson Volpe de Abreu

 

 

Odailson Volpe de Abreu


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