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Cinco visões equivocadas da relação entre a Igreja e o Estado


Por: Luciano Rocha Guimarães
Data: 27/06/2022
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Será que existe uma relação entre a Igreja e o Estado? Se existe, qual deve ser a relação ideal? O que a Bíblia nos orienta com respeito à relação entre o governo e a fé? Primeiramente vejamos quais são as visões erradas a respeito da igreja e do Estado.

A primeira visão equivocada da relação entre a igreja e o Estado é que o Estado deve impor a religião. Esta visão é equivocada porque não é papel do Estado impor a fé a quem quer que seja. O próprio Jesus fez distinção entre as esferas de ação do Estado e a esfera de ação da fé, quando respondeu a pergunta sobre o imposto: “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22:20,21). Nem a fé deve ser imposta ao governo, nem o governo deve impor a fé.

A segunda visão equivocada da relação entre a igreja e o Estado é que o governo deve excluir a religião. Esta visão é equivocada porque desconsidera a natureza essencialmente religiosa do homem. É equivocada também porque afastam do governo os fundamentos éticos do bem e do mal, além de restringir a liberdade de expressão religiosa, que é um direito democrático de todo cidadão. O Estado laico não significa Estado ateu.

A terceira visão equivocada da relação entre a igreja e o Estado é a de que todos os governos são perversos e demoníacos. Esta visão equivocada provém de um misticismo espúrio e de uma interpretação equivocada da Bíblia. Esta visão é equivocada porque a Bíblia declara inequivocamente que os governos são constituídos por Deus (Rm 13:1-7). As autoridades constituídas são ministros de Deus para promover o bem e punir o mal.

A quarta visão equivocada da relação entre a igreja e o Estado é que a igreja deve se dedicar ao evangelismo e não a política. Esta visão é equivocada porque devemos pregar o evangelho todo para o homem todo (Jo 13:34; Gl 6:10). Por evangelho todo se compreende também a justiça social, o combate a corrupção, a denúncia do mal, da violência, da opressão, do ódio, dentre outros. Não eram estes os mesmos elementos da pregação profética do VT, e também de João Batista e de Jesus? Como declarou Luther King: “A igreja não pode ser a ferramenta do Estado, mas precisa ser a sua consciência”.

A quinta visão equivocada da relação entre a igreja e o Estado é que a igreja deve se dedicar a política e não ao evangelismo. Embora esta visão tenha ocorrido ao longo da história da igreja, ela é equivocada porque o mandamento primaz e a tarefa primordial da igreja é o evangelismo, isto é, fazer discípulos de Cristo (Mt 28:19). É uma visão equivocada também porque mudanças autênticas, verdadeiras e duradouras não se fazem com leis apenas, mas com a mensagem do evangelho transformando o coração do pecador (Jo 3:1-5). As leis podem apenas represar o mal, mas somente o evangelho de Cristo o vence.

Por conseguinte, qual a melhor visão? Qual é a relação saudável entre a igreja e o Estado? A visão bíblica entre a igreja e o Estado é a influência cristã expressiva sobre o Estado. O sal precisa salgar a terra. A luz precisa iluminar o mundo (Mt 5:13-16). Este é nosso papel. Esta é a nossa missão!

 

Luciano Rocha Guimarães


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