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A ética dos movimentos paraeclesiásticos


Por: Luciano Rocha Guimarães
Data: 26/06/2023
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Ao longo da história cristã houveram vários movimentos que ocorreram paralelo à igreja. São chamados de movimentos paraeclesiásticos.

Em todos eles há um foco específico em uma determinada área de atuação, como: evangelismo, intimidade com Deus, família, criação de filhos, masculinidade, missão, feminilidade, etc. Esses movimentos, se utilizados da forma correta, podem auxiliar em muito a igreja de Cristo.

Contudo, o que vemos ao longo da história são alguns equívocos ético-teológicos de alguns deles. Vejamos. Primeiro, a participação de cristãos professos nesses movimentos sem o devido cuidado de informar e regular sua atuação pela igreja local em que fazem parte.

Qualquer movimento paraeclesiástico precisa comunicar e informar a natureza de seu trabalho a igreja do participante, obtendo dela sua aprovação ou não.

Segundo equívoco, integrar seus participantes, membros de uma comunidade de fé, a uma nova comunidade, grupo ou associação, diferente da dele. Deve-se cuidar para não "pescar no aquário de outros", ou seja, retirar membros professos de suas igrejas para ingressar nessa nova comunidade. O que começa como um movimento ou ministério, pode se transformar em outra coisa.

Terceiro equívoco, regular reuniões, encontros ou grupos de estudo sem a devida comunicação e autorização da igreja do participante. Mais uma vez, qualquer trabalho extra igreja que inclua membros de outras denominações deve considerar a igreja do membro, informando-a e obtendo dela sua participação.

 A liderança da igreja precisa ser informada do material utilizado, se coaduna com a visão doutrinária e teológica da denominação, a fim de evitar dúvidas, confusões e distorções quanto ao ensino de sua igreja. Tal atitude com relação a igreja do participante revela respeito, zelo, unidade e consideração pela igreja de Cristo, além de evitar conflitos desnecessários.

Quarto equívoco, desconsiderar o aprendizado ou treinamento que tais movimentos empreendem, visando a edificação da igreja local. Uma grande maioria desses movimentos não enfatiza a igreja como o local onde o participante pode e deve servir com amor, utilizando seu aprendizado, dons e talentos. O apelo, às vezes, não é comunitário, mas extremamente pessoal, focalizando apenas um aspecto da vida cristã.

Quinto, desconsiderar a prestação de contas de suas atividades, projetos, implementação e finanças, caso envolva um ônus financeiro por parte dos participantes, bem como a sujeição a um órgão superior que acompanhe e gerencie o trabalho. Qualquer movimento, de qualquer natureza, deve prestar contas, a fim de dar transparência e credibilidade ao seu trabalho.

No entanto, cuidemos para não radicalizar e perseguir alguns desses movimentos para-eclesiásticos, mas sim auxiliá-los a trilharem uma ética e propósito saudáveis, visando a sublime tarefa de edificação do corpo de Cristo, que é a sua igreja.

Luciano Rocha Guimarães


Anuncie com Jornal Noroeste
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