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O cristão e a cultura


Por: Luciano Rocha Guimarães
Data: 28/11/2022
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Antes de falarmos da relação do cristão com a cultura, é necessário definirmos o que é cultura. Em sentido amplo, refere-se ao cultivo de hábitos, interesses, língua e vida artística de uma nação: histórias, símbolos, estruturas de poder, estruturas organizacionais, sistemas de controle, rituais e rotinas. Cultura é tudo o que caracteriza uma realidade social de um povo ou nação, ou então de grupos no interior de uma sociedade: valores, atitudes, crenças e costumes. A cultura deve ser levada cativa ao senhorio de Cristo. É Cristo quem redime o homem, redimindo assim a cultura. Sem desconsiderar a queda e o pecado, mas enfatizando que, no princípio, a criação era boa, um dos objetivos da redenção é transformar a cultura. Sendo assim, por mais iníquas que sejam certas instituições, elas não estão fora do alcance da soberania de Deus. Ou seja, mesmo sabendo da queda, o cristão não abandona a cultura, mas busca redimi-la, levá-la aos pés de Cristo.

Agostinho (354-430), João Calvino (1509-1564), John Wesley (1703-1791) e Abraham Kuyper (1837-1920) são alguns dos que entenderam que os cristãos são agentes de transformação da cultura através do evangelho de Cristo.

A afirmação de que o cristão é um agente transformador da cultura pode ser resumida na compreensão de que “uma vez que o homem é criado por Deus, parte de sua cultura será rica em beleza e bondade. Contudo, por causa da queda e do pecado do homem, toda a sua cultura [usos e costumes] está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca” (Pacto de Lausanne). O evangelho nunca é hóspede da cultura, mas sempre seu juiz e redentor. Isso posto, fica claro que o cristão salga e ilumina a cultura com a luz do evangelho de Cristo, pregando o evangelho e apoiando causas que apontam para determinados valores decorrentes dessa luz. A política nunca redime a cultura, pois é Cristo quem a faz. A política pode represar o mal, mas somente o evangelho de Cristo o vence. Contudo, uma boa política pode ser aliada dos valores e princípios inegociáveis do evangelho: a fé em Cristo, a família, a justiça social, a honestidade, a paz, o amor, a caridade, a liberdade individual, e outros tantos. Se alguns cristãos se aliam a determinado candidato ou partido, devem reconhecer que tal aliança se deve a agenda que ele luta e defende, contribuindo para a redenção da cultura, e não para a sua corrupção e deterioração, o que aí sim, é lamentável. E queira Deus que ela já não cheire mal!

Luciano Rocha Guimarães


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