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Avatar: O Caminho da Água


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 15/12/2022
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Na última semana, nesta Coluna, eu havia afirmando que finalmente a temporada de bons filmes de fim de ano estava chegando aos cinemas e isso se concretizou. A estreia dessa semana é um filme que foi anunciado aos quatro ventos ao longo de 2022 e que gerou bastante expectativa para muita gente ao longo do ano. Treze anos depois do primeiro filme, chegou ontem aos cinemas Avatar: O Caminho da Água e com ele veio a esperança de seu diretor de emplacar mais um estrondoso sucesso. Na edição dessa semana vamos considerar alguns pontos relevantes sobre esse aguardado blockbuster.

O primeiro Avatar fez história em 2009 e chamou a atenção do mundo, isso por dois motivos: primeiro pela inovação tecnológica; segundo, pela beleza. Todos naquele ano queriam ir ao cinema e partilhar dessa experiência incrível que era Avatar. Isso foi potencializado pelo 3D, um recurso que se popularizou após esse filme, mas que nos dias atuais caiu praticamente em desuso. O responsável pela façanha foi um homem que pode ser considerado como uma máquina de fazer blockbusters, James Cameron. Tudo o que Cameron faz é sucesso e instiga o interesse de milhões de pessoas, fazendo desse diretor uma verdadeira mina de ouro para qualquer estúdio. Só para citar alguns de seus sucessos, ele tem na carreira O Exterminador do Futuro 1 e 2, Alien, O Resgate e o clássico Titanic.

Bem por isso, quando Cameron lançou Avatar todos já esperavam que seria um sucesso mundial, mas o que surpreendeu a todos realmente foi quando ele anunciou a notícia que faria dessa obra uma franquia e que estava preparando quatro sequências para o filme. Agora, o que chegou aos cinemas é a primeira dessas sequências e desde sua divulgação para os críticos ela só tem recebido elogios.

Avatar: O Caminho da Água funciona para o expectador como um retorno ao um lugar de sonhos. Tanto que é fácil se reconectar com a história, mesmo ela se passando dez anos após os eventos narrados no filme original. Cameron tem consciência do que o povo espera de seu filme e por isso utiliza de todo aparato à sua disposição para construir uma história que retome cenários e situações já conhecidas do público devido a obra anterior. Na mesma medida, ele expande essa experiência por meio de detalhes incríveis e, para isso, utiliza vários subterfúgios, que vão desde a velocidade dos frames nas cenas, passando pela iluminação e chegando às texturas. Tudo isso contribui para a experiência visual do expectador.

O primeiro filme tinha como pano de fundo as florestas em terra firme. Agora, para tornar muito mais interessante seu segundo Avatar, Cameron levou a trama para outro ambiente, para a água. Nunca foi fácil desenvolver um filme na água, o cinema tem grandes fracassos nesse quesito, veja por exemplo o pobre Waterworld — O Segredo das Águas, de 1995, que tinha tudo para ser um grande sucesso, inclusive Kevin Costner, mas foi apenas mais do mesmo. No entanto, James Cameron não é Kevin Reynolds, por isso seu filme de água é surpreendente, tanto pela incrível capacidade de execução quanto pelo formato. Em suas mais de três horas de filme, ninguém irá reclamar de perder tempo simplesmente vendo como os personagens entram em contato com o mundo subaquático. Essas são cenas que não acrescentam nada à trama, mas que são belas de se ver e por isso se tornam essenciais.

Falando em trama, não espere um roteiro super elaborado! Ainda que o roteiro dessa sequência seja melhor que o do primeiro filme, ele continua tão simples que chega a ser uma ofensa. Mas, quem vai ao cinema para assistir Avatar não quer saber de roteiro intrincado, cheio de reviravoltas e diálogos memoráveis. Por isso, o roteiro garante o básico, ou seja, uma linha narrativa coesa, que apresenta os núcleos importantes de personagens em situações de risco, que geram eminentes conflitos alcançando o clímax da obra. Pronto, é isso. Do mais é apenas ver se maravilhar.

Outro aspecto interessante é a forma como o filme abre mão de se pautar em estrelas, já que não precisa delas para se alavancar. Os atores e atrizes entram em cena por meio dos rostos dos Na´vi, o povo nativo de Pandora, que são construídos digitalmente. Dessa forma, o que realmente importa é muito mais o quanto de sentimento eles colocam em sua forma de atuar e muito menos quem necessariamente eles são.

Além de tudo isso, ainda há a troca de foco, pois uma das coisas que mais me agradavam no primeiro filme era seu tom de crítica à capacidade humana de destruição de tudo o que é belo, inclusive na natureza. O primeiro Avatar se construía em cima de um eminente e catastrófico conflito ecológico e genocida. Tanto, que era impossível sair do cinema e não fazer um mea-culpa sobre a forma como nós humanos, destruímos nosso planeta. Agora, essas questões ainda estão lá, mas ficam em segundo plano e abrem espaço para uma temática que é recorrente para o diretor, a família, que tem um papel central no desenrolar da história.

Dito isso, vamos à trama! A história acontece pouco mais de 10 anos após os momentos de tensão vividos em Pandora devido a desenfreada exploração do planeta. A alma de Jake Sully habita em seu novo corpo Na´vi. Ele desenvolveu uma família com Neytiri e vivem de forma harmônica junto aos seus. Tudo muda quando a corporação RDA retorna para terminar o que havia começado. Nesse contexto, os protagonistas entendem que é hora de se posicionar e lutar pelo futuro e por aqueles que amam.

Por que ver esse filme? Porque diferentemente de muitas outras sequências, Avatar: O Caminho da Água não é apenas mais do mesmo. Há muitas semelhanças com o filme anterior, principalmente com a simplicidade do roteiro, mas seu visual impactante e a experiência imersiva fazem dele um filme que realmente precisa ser visto no cinema, na tela grande. Outro fato que justifica a sua ida ao cinema é a direção. James Cameron é um apaixonado pela Sétima Arte e um dos poucos profissionais que são capazes de impor um toque muito particular de genialidade e arte a uma obra destinada a ser um produto para as massas. Aproveite esse clima de festas, leve a família ao cinema e se surpreenda com a beleza de Avatar: O Caminho da Água. Boa sessão!

 

Assista ao trailer:

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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