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Sétima Arte: Animais Fantásticos: O Crimes de Grindelwald


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 23/11/2018
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O segundo capítulo do spin-off de Harry Potter chegou aos cinemas em pleno feriado da Proclamação da República causando estardalhaço generalizado entre fãs e críticos de cinema. Como esperado, ele tem se mostrado um sucesso de bilheteria e tem gerado grandes discussões sobre o futuro da obra cinematográfica de Rowling. Sobre Animais Fantásticos: O Crimes de Grindelwald a Coluna Sétima Arte informa você esta semana.

Quando J.K. Rowling anunciou que desenvolveria uma nova trama baseada no mundo mágico de Harry Potter para os cinemas ouve comoção geral entre os “pottermaníacos” do mundo todo e o que se viu no cinema em Animais Fantásticos e Onde Habitam, de 2016, foi uma obra plena em novidade, narrativa e personagens. Esse era realmente um mundo a ser explorado. Foi um deleite conhecer mais a fundo os animais fantásticos e o mundo mágico que existe para além da Inglaterra e de Hogwarts (a trama desse filme se passa nos Estados Unidos da América). Tudo indicava que essa seria uma nova fonte de ouro, de lucros e rentabilidade, pois foi um sucesso de público e crítica.

O mesmo não ocorreu com o segundo capítulo da trama, que ainda terá mais três. Isso porque o namoro entre público e crítica foi ao chão, já que Rowling, ao que tudo indica, está construindo a trama de Animais Fantásticos como se escreve um livro. Sendo assim, o primeiro capítulo introdutório agradou a todos, mas o segundo capítulo, com ares de desenvolvimento, ou seja sem um começo, meio e fim definidos, agradou plenamente aos fãs e irritou os críticos de cinema.

Bem por isso, vale a pena ser categórico: esse é um filme para fãs. Digo isso, porque ele não foi feito para o expectador de acaso que, sem nada pra fazer e sem nenhum contato com a trama de Harry Potter – amplamente desenvolvida na literatura e no cinema –, aproveita o feriado para ir ver um filme de ação. Isso porque o filme apresenta termos, nomes, detalhes e referências que um desavisado não conhece e que não irá valorizar, em contrapartida, não entenderá, por exemplo, as motivações do que está acontecendo, nem o que leva a trama a ser desenvolvida em Paris.

Rowling não é apenas a mente criadora da trama, mas também sua roteirista e, diga-se de passagem, como roteirista, ela é excelente escritora (risos). Por isso, ao escrever, dá ênfase a algumas coisas e despreza outras deixando-as para os próximos capítulos. Esse fato faz com que muitos expectadores mais críticos considerem alguns personagens importantes como subtilizados ou pouco trabalhados, mas eu prefiro dar uma chance para a brilhante mente de Rowling, pois acredito fielmente que tudo se encaixará ao longo dos próximos filmes.

Sobre o aspecto técnico o filme está acima das expectativas. O diretor David Yates tem deixado claramente sua zona de conforto e constrói um filme que traz novos ângulos, novos ritmos em cenas de ação com magia e muito dinamismo, um bom exemplo disso é a cena de abertura do filme, que apresenta a fuga de Grindelwald. Visualmente o filme também é fabuloso, a criação dos cenários mágicos na França são tão belos quanto reais, com destaque para o lugar que seria o Beco Diagonal francês, um trabalho realmente incrível de arte.

Excelente também é a fotografia de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald, todo embasado em tons de cinza e azul, gerando um clima muito favorável para a trama que se apresenta. Sob o elenco, é importante frisar que os nomes já conhecidos e consagrados do primeiro filme estão de volta, contando com o carismático Eddie Redmayne como Newt Scamander, Katherine Waterston no papel da auror americana Tina, Alsion Sudol como sua irmã Queenie e seu par romântico vivido pelo ator Dan Fogler, que encarna o “trouxa” (forma como são chamadas as pessoas não bruxas) e bonachão Jacob.

Mas o grande destaque do elenco fica para aquele que foi odiado e desprezado pelos fãs quando foi anunciado como parte da trama, Johnny Depp. Muitos não queriam que ele interpretasse o papel de Grindelwald, por causa do seu tipo de representação caricata que poderia levar o personagem pelos caminhos de Jack Sparrow, de Piratas do Caribe. Esperto e talentoso, Depp calou a boca de muita gente, ao construir um personagem reservado, com retórica perfeita e alto poder de persuasão, sem exageros e sem caricaturas. Se você procurar pelos crimes de Grindelwald descobrirá que eles foram cometidos não pelo próprio, mas por pessoas que se deixaram seduzir pelo seu alto e poderoso poder de persuasão e influenciadas por ele, fizeram o que ele queria. Um personagem que vai crescer muito nas mãos desse ator e que esperamos ver seu poder total e grandiosidade em breve no embate histórico contra o jovem Dumbledore, que é interpretado pelo excelente Jude Law.

Vamos à trama! Newt Scamander reencontra os queridos amigos Tina Goldstein, Queenie Goldstein e Jacob Kowalski. Ele é recrutado pelo seu antigo professor em Hogwarts, Alvo Dumbledore, para enfrentar o terrível bruxo das trevas Grindelwald, que escapou da custódia da MACUSA (Congresso Mágico dos EUA) e reúne seguidores, dividindo o mundo entre seres mágicos de sangue puro e seres não-mágicos.

Por que ver esse filme? Porque ele é um alívio para os fãs de Harry Potter que estão saudosos de Hogwarts, tanto que, na hora que a Escola de Magia e Bruxaria aparece na telona e começa a tocar música típica do lugar é impossível não se emocionar, ou não recordar os terríveis acontecimentos que aquele lugar presenciará em breve sob o comando do Lord das Trevas. O filme também conta com alguns plot twists (reviravoltas no enredo) que vão pegar muita gente de surpresa. Interessante que, ao final, muito fã estará se perguntando qual a relação entre essa trama e o surgimento de Voldemort, já que Nagini, a cobra de estimação do mesmo, ainda em sua forma humana, aparenta ser um personagem importante na trama que está se desenvolvendo. Aproveite o filme e boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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