Para ser feliz é importante se livrar das cargas inúteis; coisas que não precisamos, mas atrapalham a jornada da vida. Existem muitos pesos desnecessários que as pessoas insistem em levar na bagagem da existência. Podíamos citar aqui o tentar agradar a todos, o tentar impressionar os outros, o medo de demonstrar fraquezas, o desejo de ser melhor que os outros e por aí faríamos uma lista interminável. Essas coisas só atormentam a gente e ninguém tem necessidade de sofrer por nada disso.

Hoje falaremos de uma carga inútil chamada dificuldade em assumir os próprios erros. Novamente citaremos como exemplo a atitude do presidente da República na condução do país durante essa pandemia. Ele tem dados claros sinais de que não quer ser responsável pelo combate à covid-19. Não quer ser cobrado por nenhum problema referente à pandemia.

Ele tem procurado colocar a responsabilidade nos Governadores e Prefeitos, Ministério da Saúde, Supremo Tribunal Federal, os partidos da oposição, enfim, em quem puder ser responsabilizado, mas ele mesmo não quer assumir nenhuma responsabilidade na luta contra o coronavírus.

Isso realmente nos irrita, porque os problemas fazem parte da vida e ninguém deve fugir deles e, na tentativa de resolvê-los, fatalmente cometeremos erros. Somos humanos e ninguém espera que sejamos inerrantes. Nem Deus, que é perfeito, espera de nós a inerrância.

Poderíamos citar inúmeros versículos bíblicos que citam a misericórdia divina pelos pecadores, mas vamos meditar em Romanos 3:10, que afirma que neste mundo não há um justo sequer. Isto presume que sempre teremos limitação em acertar sempre.

Tentamos acertar. É claro que, quando acertamos, todos saem ganhando. Acertar é incrível e é o que devemos buscar, mas se falharmos, não há nenhum problema em assumir o erro, pedir desculpas e tentar novamente.

É assumindo o erro que crescemos como pessoas. É possível que o presidente sempre teve medo de errar, medo de assumir erros, medo de ser reconhecido como um fraco. Isso é totalmente desnecessário.

Sabemos que é difícil encontrar boas soluções para conter uma pandemia. Estaríamos felizes em saber que o presidente, como líder do comitê de enfrentamento à pandemia, estava trabalhando para proteger o país.

Saberíamos lidar com as possíveis derrotas que o comitê sofresse, mas o medo de errar atrapalha tudo. A vontade de impor coisas contrárias ao bom senso é maior que a humildade para ouvir autoridades sanitárias e líderes mundiais que tiveram sucesso no enfrentamento à mesma pandemia.

Falando mais da nossa vida, não é uma boa estratégia ter medo de errar. Nossa falta de perfeição não é mais uma novidade. Cada olho tem um tamanho diferente. A boca mais perfeita não possui cantos exatamente parecidos em tamanho. Os rostos melhor desenhados possuem um lado maior que o outro.

Se somos imperfeitos, é desnecessário pensar que nunca erraremos. Essa é uma atitude imprudente e revela falta de crescimento psicológico.

Que façamos nossos deveres da melhor maneira possível, mas se porventura algo não der certo como o esperado, que levantemos os olhos ao céu, peçamos perdão e misericórdia a Deus, e recomecemos, procurando corrigir onde erramos.

Deus se alegra quando agimos assim, e a sociedade, também.

Um abraço.

Pr. Carlos Roberto Lima