Torcer para dar certo
“Ninguém que, ouvindo as palavras desta maldição, se abençoe no seu íntimo, dizendo: Terei paz, ainda que ande na perversidade do meu coração, para acrescentar à sede a bebedice.
O Senhor não lhe quererá perdoar; antes, fumegará a ira do Senhor e o seu zelo sobre tal homem, e toda maldição escrita neste livro jazerá sobre ele; e o Senhor lhe apagará o nome de debaixo do céu”. Deuteronômio 29:19,20
Sempre tenho ouvido que devemos torcer para que o governo de nosso país dê certo; não posso torcer contra. Acho isso muito engraçado; parece que o rumo do nosso país é uma contínua partida de futebol, onde o nosso time favorito vai marcar gol ou levar gol. Mas não!
O que deve acontecer é que o eleitor, após dar seu voto, faça uma avaliação do trabalho que o governo realiza e, ao longo do mandato, esteja de olho no desempenho do mesmo, tendo em vista a qualidade de vida e o equilíbrio das contas públicas, bem como a condução dos ministérios vitais para o dia-a-dia do cidadão, como saúde, educação, comunicação, transporte, economia, etc.
Toda essa estrutura deve funcionar no sentido de cuidar do cidadão e promover o bem geral da nação. Quando isso não ocorre, é dever do cidadão reclamar, porque, assim como qualquer serviço prestado, a gestão pública é passível de críticas. Assim como reclamamos do serviço prestado pelo pastor, pedreiro, mecânico, advogado, médico e demais profissionais, devemos reclamar do serviço público, caso o mesmo não esteja a contento.
Novamente reafirmamos; não é uma questão de torcer contra ou a favor. É uma questão de avaliação dos serviços prestados. Todo cidadão, independente da renda ou formação escolar, é contribuinte financeiro do governo. É do interesse dele o trabalho que a estrutura pública oferece. É dever do cidadão fiscalizar a qualidade do trabalho, bem como as decisões que a liderança pública toma.
Assim dito, não posso crer que o cidadão que faz alguma crítica ao governo, esteja torcendo contra ou a favor. O presidente, governador, prefeito, vereador e demais colaboradores públicos são prestadores de serviço e têm o dever de prestar contas à população do trabalho que realizam. Eles que se empenhem, eles que sejam honestos, eles que se esforcem, eles que lutem. Nossa função nunca foi e nunca será dizer amém a tudo, muito menos justificar um trabalho ruim comparando-o com outro serviço ruim. Se uma administração falhou, a administração seguinte deve fazer melhor. Um cidadão que compara o erro da administração atual com a administração anterior está batalhando contra a própria inteligência e segurança.
Se durante uma campanha o candidato prometer algo ao eleitor, é dever dele cumprir a promessa, uma vez eleito. Caso não tenha condições de cumprir, não deve prometer. Quando o gestor público não consegue cumprir o que prometeu, ele deve ser reconhecido como antiético e mentiroso, assim como qualquer profissional que comete esse mesmo tipo de erro.
O verso bíblico que lemos na introdução dessa coluna, é categórico ao afirmar que Deus não aceita que alguém faça o que é errado e torça para dar certo. Se você não sabe o que é isso, o significado disso é “se abençoar”. É desobedecer a Deus e esperar que Ele concorde com o erro cometido. Deus, além de não abençoar, promete eliminar da face da terra a pessoa que age dessa forma.
Eu acho isso muito sério. Nós gostamos de afirmar que ninguém é perfeito e, por essa causa, ninguém deve reclamar de ninguém, mas Deus espera sempre o nosso melhor. Se, voluntariamente, alguém decide ir contra a vontade de Deus, não adianta torcer para dar certo; vai dar errado.
Talvez a consequência não venha agora, mas certamente virá e não vai adiantar fazer torcida contra ou a favor. O acerto é com Deus e isso não tem como ser alterado.
Nunca vá por esse pensamento “torcer pra dar certo”. O certo é obedecer a Deus. Se for contra Deus, está errado e, consequentemente, vai dar errado.
É como a lei do plantio. A colheita sempre é referente ao que foi plantado.
Que Deus lhe ajude a conhecer a vontade DELE, e que você tenha humildade para aceitar a vontade do Senhor e grandeza para obedecer.
Um abraço.
Carlos Roberto Lima