Para esta nova exposição de ideias, trago para nossa reflexão e discussão, um tema cada vez mais espinhoso para a nossa sociedade: A Intolerância Religiosa. Por sinal, destaco que em Salvador, na data de 4/12/22, a estátua da ialorixá Mãe Stella De Oxóssi, falecida em 2018 e que representou uma das lideranças religiosas mais efetivas do Candomblé, foi totalmente incendiada. Este fato, assim como outros semelhantes, não pode ser associado a mero casos de vandalismo, mas sim a de práticas de intolerância religiosa.

Há nesta descrição, uma forte imagem de violência, algo característico a qualquer forma de intolerância. No caso mais específico da intolerância religiosa, além da violência física, pratica-se uma violência simbólica, discriminando e buscando negar violentamente e por consequência, suprimir uma religião considerada inferior ou errada. Assim, pretende-se negar e até mesmo destruir, grupos religiosos específicos considerados nocivos ou inferiores.

Inegavelmente, em nossa sociedade, tal tipo de intolerância, associada a outros tipos, apresenta-se como algo comum em nosso dia a dia. Na questão da intolerância religiosa, as religiões afro-brasileiras, são as que sofrem muito mais. Outros fatores podem estar associados a este quadro, que vão além da questão religiosa: discriminação étnico-racial, colonização, hegemonia social e política etc.

A necessidade de se levar a sério tal questão, já passa do intolerável com tal intolerância. Em uma sociedade como a brasileira, que busca aperfeiçoar sua estrutura democrática, deve se empenhar em promover a pluralidade de direitos, entendendo-se que todos tenham o direito por exemplo, a ter sua cultura e etnia respeitados, reconhecidos e protegidos, assim como o direito e a liberdade de professar diferentes crenças e religiões.