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A epidemia silenciosa: Feminicídios e a necessidade de reflexão sobre a Intolerância


Por: Alex Fernandes França
Data: 11/01/2024
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Os casos recentes de feminicídios no Paraná, como o brutal assassinato de Merin Izabel Ribeiro Padilha e Viviane Aparecida Castro Furlan, lançam uma sombra sobre a crescente onda de violência contra as mulheres. Além da tragédia individual, esses eventos refletem uma sociedade que ainda lida com a intolerância, especialmente quando se trata do direito das mulheres de escolherem seus destinos e relações. A coluna Em Foco  desta semana aborda a questão dos feminicídios à luz da obra de Voltaire, especialmente o "Tratado sobre a tolerância", e a morte de Jean Calas, proporcionando uma reflexão sobre a persistência da intolerância em nossos tempos.

Voltaire (1694-1778), um dos principais filósofos do Iluminismo, destacou a importância da tolerância em uma sociedade civilizada. Em seu "Tratado sobre a tolerância" (1763), Voltaire condena a intolerância religiosa e destaca a necessidade de respeitar as diferentes crenças e escolhas individuais. No entanto, os casos recentes de feminicídios mostram que a intolerância persiste, agora manifestando-se em questões de gênero e relações conjugais.

O caso de Merin Izabel Ribeiro Padilha, que morava em Ivaí, nos Campos Gerais do Paraná é emblemático de como a intolerância pode ter consequências devastadoras. A recusa do marido em aceitar o desejo de Merin pelo divórcio culminou em um ato brutal, deixando uma filha de seis anos órfã. A tragédia destaca não apenas a necessidade de abordar a intolerância em relacionamentos, mas também ressalta a urgência de criar espaços seguros para que as mulheres possam buscar ajuda e proteção.

No caso de Viviane Aparecida Castro Furlan, que residia em Marialva, a violência persistiu mesmo após o término do relacionamento. O ex-marido, um ex-policial aposentado, demonstrou uma extrema intolerância ao não aceitar o fim do relacionamento, resultando na morte de Viviane. A presença de uma medida protetiva não foi suficiente para conter a fúria do agressor, sublinhando a necessidade de uma abordagem mais abrangente e eficaz na prevenção da violência doméstica.

Os recentes casos de feminicídio são reflexos de uma sociedade que ainda lida com a intolerância, especialmente quando se trata dos direitos e escolhas das mulheres. A obra de Voltaire ressoa como um lembrete de que a tolerância é fundamental para a construção de uma sociedade justa e igualitária. Devemos questionar nossas próprias atitudes e preconceitos, trabalhando coletivamente para criar um ambiente onde a violência de gênero não tenha espaço para prosperar. O combate à intolerância exige uma abordagem abrangente que inclua educação, conscientização e políticas públicas eficazes. É hora de nos unirmos contra a epidemia silenciosa de feminicídios e construirmos um futuro onde a intolerância não encontre abrigo.

 

A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos uma porção de erros e fraquezas.” – Voltaire (1694-1778).

 ·       Alex Fernandes França é Administrador de Empresas, Teólogo, Historiador e Mestrando em Ensino pelo PPIFOR – UNESPAR

 

 

Alex Fernandes França


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