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Doutora em Física desmistifica o uso da água imantada e produtos magnéticos: “crendices que se apoiam no senso comum”


Por: Alex Fernandes França
Data: 03/08/2023
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Enquanto o senso comum impulsiona o uso rotineiro, a Física adverte sobre a falta de eficácia comprovada nos benefícios à Saúde.

“Não há evidências científicas que sustentem os supostos benefícios da água imantada e produtos magnéticos. É fundamental basear nossas escolhas em conhecimento sólido, não apenas em tendências populares", explicou a Doutora em Física, Shalimar Calegari Zanatta - Foto Alex Fernandes França/Jornal Noroeste

Nos últimos anos, temos observado uma crescente popularidade de produtos que se dizem utilizar conceitos da Física, para trazer diversos benefícios à saúde e bem-estar.  A exemplo disto temos a água imantada e outros produtos magnéticos.

No entanto, segundo a Doutora em Física com formação na UEM (Universidade Estadual de Maringá) e Professora do Curso de Mestrado do PPIFOR – UNESPAR (Universidade Estadual do Paraná) Campus Paranavaí, Shalimar Calegari Zanatta, embora essas práticas tenham se tornado comuns e rotineiras, sua eficácia não encontra respaldo científico.

O Conceito da Água Imantada

De acordo com o senso comum, a água imantada seria obtida pela sua exposição a campos magnéticos. Assim, “imantada”, ela promoveria melhoras na sua qualidade e beneficiaria a saúde de quem a consome. De acordo com Shalimar C. Zanatta, essa ideia não encontra respaldo na Ciência por dois motivos: primeiro a água não se comporta como um material magnético e segundo, não há evidências que a aplicação ou ingestão de substâncias magnéticas trazem benefícios à saúde. A doutora Shalimar concorda que a compreensão da humanidade sobre o comportamento do campo magnético trouxe evoluções tecnológicas importantes como por exemplo a melhoria dos diagnósticos por imagem, mas água “imantada” não existe.  

Produtos magnéticos

No mercado temos outros produtos como, pulseiras, palmilhas, colchões, travesseiros, entre outros que prometem melhoria da circulação sanguínea, alívio das dores e ‘equilíbrio’ para o corpo. A doutora Shalimar explicou que apesar da confusão entre ondas eletromagnéticas e campo magnético, muitos destes materiais, de fato apresentam um campo magnético, o que não ocorre na água, como já apontado. Porém, não há resultados científicos que comprovem a eficácia desses produtos.

Apesar da ausência de embasamento científico, a adoção dessas práticas tem crescido consideravelmente devido à influência do senso comum. Muitas pessoas compartilham experiências positivas, acreditando nos benefícios dos produtos magnéticos ou da água imantada, o que acaba estimulando outros a experimentar também. E, o que é pior, pagar preços abusivos por produtos que não apresentam qualquer eficácia.

Shalimar explica que o senso comum pode ser uma força poderosa na adoção de práticas sem comprovação científica, uma vez que as experiências individuais podem ser influenciadas por fatores psicológicos, como o efeito placebo. “Quando alguém acredita que algo trará benefícios, é mais propenso a perceber melhorias subjetivas, mesmo que elas não sejam objetivamente mensuráveis”, complementou.

“Antes de fazer investimentos ou adotar uma prática ‘saudável’ é fundamental buscar informações embasadas em estudos científicos e consultar profissionais da área da saúde”.

A doutora alerta que a população, de modo geral, precisa buscar informações de fontes seguras para não cair na bolha de informações falsas.

Como sempre, a ciência é um caminho confiável para entender o funcionamento do mundo e do nosso corpo, e é por meio dela que podemos tomar decisões mais informadas e conscientes sobre nossa saúde e bem-estar”, finalizou Shalimar.


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