Objetivo da capacitação foi fomentar propostas com potencial de gerar impacto social e fortalecimento da inovação no ecossistema de saúde regional.

De setembro de 2023 a junho de 2024, dez empreendedores com ideias de negócios inovadores na área da saúde, em estágio inicial ou no papel, participaram de um programa de ideação, que os capacitou para lapidar suas soluções. O encerramento do “Espiral” ocorreu nesta semana, no Sebrae/PR, em Maringá, em cerimônia que contou com a apresentação dos projetos para uma plateia de investidores e representantes de ambientes de inovação. 

Durante dez meses, os participantes, entre eles pesquisadores, estudantes, médicos e outros profissionais da área da saúde, foram acompanhados por um especialista que deu suporte para o desenvolvimento de negócios com potencial de gerar impacto social e fortalecimento da inovação no ecossistema de saúde de Maringá e região. O grupo também participou de workshops, mentorias e outras atividades. 

Essa foi a primeira edição do “Espiral”, que surgiu a partir de uma demanda dos membros do Hub Connect HealthTech, grupo de profissionais e empresários da saúde que tem o Sebrae/PR como mantenedor. 

“Diante da necessidade do grupo, de apoio para fomento de startups, formatamos o programa. De 27 inscritos, selecionamos dez. São empreendedores com boas ideias, mas que não sabiam como progredir. Durante a edição, algumas startups chegaram a monetizar”, comenta a consultora do Sebrae/PR, Ana Carolina Molina. 

As startups participantes foram a Sleep Quiz; ThunD; App Viva; Mobilidade +; Detecção EPI; Escola de Secretárias; Orchid; SendCase; OncoClick; e Evidências do Mundo Real. 

A SendCase propõe reduzir filas de consultas especializadas e oferecer apoio a médicos recém-formados. Em estágio de maturidade inicial ao começar no programa, o negócio evoluiu e chegou a monetizar durante as atividades. 

“Nunca tínhamos participado de um programa assim. Tivemos um ótimo aproveitamento, em especial em networking. Aprimoramos alguns aspectos para crescer e nos conectamos com um programa de aceleração, para o qual conseguimos entrar”, conta o médico e idealizador da startup, Hugo Cezar de Moraes Canever. 

Outra participante, a ThunD, plataforma on-line para auxílio na tomada de decisões em de ambientes da saúde, ingressou no programa para ganhar forma. 

“É uma plataforma que, com o programa, tomou corpo e iniciou seu processo de divulgação e validação. Também adquirimos parcerias estratégicas para o desenvolvimento da ideia. Saímos de um campo abstrato para um plano bem elaborado”, declara o médico e líder da ideia, Bruno Alan Goulart Trovo. 

O idealizador da Sleep Quiz (questionário do sono), Alan Herjes, conta que no “Espiral” procurou trabalhar, além do âmbito comercial, o de validação científica. 

“Uma parcela do mestrado que defendi trata sobre o nosso código, envolvido no programa, em que busco entregar, para profissionais ou instituições da saúde, um código de perguntas. Ao responder o questionário, paciente e profissional conseguem identificar qualidade de sono e cronotipo, por exemplo, áreas importantes correlatas a diversas práticas na área da saúde, auxiliando na conduta”, explica Alan.  

Sequência 

O apoio aos participantes não se encerra ao fim dos dez meses de programa. Eles ainda receberão oferta de produtos, serão conectados a públicos de interesse e apresentados a investidores, de acordo com as lacunas apresentadas pelas startups. 

Considerado um sucesso diante do feedback dos participantes, que afirmaram em autodiagnóstico que suas demandas foram contempladas, o programa terá uma nova edição. O evento será aprimorado e contará com recursos de edital de fomento da Fundação Araucária, no qual foi contemplado este ano.