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É possível se prevenir contra Meningite?


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 08/03/2019
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Na última semana o Brasil se comoveu e lamentou a morte prematura do pequeno Arthur Araújo Lula da Silva de apenas 7 anos. Ele deu entrada às 7h20 da manhã no Hospital Bartira de  Santo André, na grande São Paulo, com um quadro instável de meningite meningocócica, devido ao agravamento do quadro infeccioso e veio a óbito às 12h36 do mesmo dia.

A meningite é uma inflamação da meninge, membrana que recobre o sistema nervoso central;  é uma doença grave, que pode levar ao óbito, e  pode ser causada por agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos.

Há dois tipos principais de meningite: a viral e a bacteriana, sendo a última a forma mais grave, sofrida pelo neto do ex-presidente.

A meningite bacteriana é a forma mais grave da doença, devida à rápida evolução;  requer atendimento imediato, pode levar à septicemia (excesso de bactérias na corrente sanguínea) e infecção generalizada causando a morte. A infeção também pode atingir o sistema nervoso central, quadro conhecido como “meningoencefalite”, que mata rapidamente. 

Ela costuma ser causada pelas bactérias Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae ou Neisseria mengitidis, esta última causa a temida meningite meningocócica.

Segundo Celso Granato, professor de infectologia da Unifesp, a doença, quando causada por bactérias, é fulminante e pode matar em poucas horas. O risco de morte é de 10% a 20% ; em caso de sobrevivência, há risco de sequelas graves, como cegueira, surdez e amputações.

A meningite é mais comum em crianças, especialmente aquelas até 5 anos de idade. Quando mais novinha maior é o risco, uma vez que o sistema imunológico ainda não é  completamente maduro e o corpo não consegue se defender bem da invasão bacteriana. Recém-nascidos raramente adoecem, por conta da proteção que eles ganham através dos anticorpos maternos; mas infelizmente essa imunidade vai declinando até os três meses de idade, quando a criança começa a ficar mais susceptível à doença.

Os sintomas são febre alta e repentina, fortes dores de cabeça, vômitos, náuseas, rigidez de nuca , manchas vermelhas na pele, cansaço, apatia, irritabilidade, sensibilidade à luz ou ao som e confusão mental.

Nos casos de bebês com menos de uma ano de idade e com a moleira ainda mole; o topo da cabeça pode ficar inchada, fazendo parecer que  o bebê possui um galo devido a alguma pancada (abaulamento de fontanela).

Nestes casos, é preciso levar a criança a um pronto socorro imediatamente. 

A forma mais comum de contágio é pelo ar, a transmissão é de pessoa a pessoa  através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta, mas certos agentes infecciosos como os anterovírus são transmitidos por meio das fezes.

O tratamento é feito pela administração de antibióticos.

A rede pública disponibiliza a vacina  BCG que evita o bacilo da tuberculose mas também confere  proteção contra a meningite, a Pentavalente  que protege contra meningite por Haemophilus Influenzae B, a Meningocócia C tipo de meningite mais comum no Brasil e a Pneumocócica 10 valente.

Na rede privada oferece a vacina quadrivalente que protege contra a meningite meningocócica dos tipos A,C,W e Y . Oferece também a vacina contra a meningite tipo B. 

É  importante manter a carteira de vacinação atualizada só estaremos mais seguros contra esse mal quando a cobertura vacinal estiver em 100%.

Vale lembrar que a rede pública disponibiliza a vacina Meningocócia C para adolescentes de 10 a 19 anos.

Outras formas de prevenção são:

- Lavar as mãos freqüentemente com água e sabão (ao chegar do trabalho, antes de preparar, servir ou comer alimentos, depois de usar o banheiro, após auxiliar uma criança a utilizar o banheiro, após trocar fralda, após assoar o nariz, tossir ou espirrar); 

- Ao tossir ou espirrar deve-se proteger o nariz e a boca com o braço;

- Não secar as mãos em toalhas úmidas. Em local coletivos utilizar de preferência toalhas descartáveis.

- Manter o ambiente limpo, arejado e ventilado, deixe que o ambiente receba luz solar;

- Lave os alimentos e desinfete as frutas e verduras;

- Limpe os reservatórios de água de abastecimento com solução clorada;

- Utilize filtro ou bebedouro para água potável;

- Desinfete filtros e bebedouros regularmente com água clorada.

- Não compartilhe utensílios de uso individual como copos, talheres, escovas etc.

- Evite lugares fechados com muitas pessoas, aglomerações favorecem a transmissão por gotículas de secreção do nariz e da garganta expelidas ao falar ou ao tossir.

Lembre se prevenir é preciso e necessário e  prevenir é cuidar e cuidar é amar.

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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