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Na Carta aos Hebreus, capítulo 11, encontramos várias testemunhas do que viveram pela fé aguardando a concretização das promessas de Deus em Cristo Jesus. Nessa lista, estão Abraão e Sara, um casal piedoso que peregrinaram em Canaã, aguardando uma cidade eterna, da qual Deus é o arquiteto e fundador. Pela fé, eles receberam o privilegio de serem pais de uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu, demonstrando o poder e a fidelidade de Deus, pois, quando foram chamados pelo Senhor, já eram de idade avançada (vs.7-11).

Abraão e Sara viveram pela fé. No entanto, eram também pecadores e tiveram momentos de fraqueza e pecado em suas vidas. A fé deles era sincera, mas imperfeita. As Escrituras não escondem essa realidade dramática que todos os servos do SENHOR experimentam. No nosso artigo de hoje fazemos uma breve análise de Gênesis 16 que relata um dos episódios tristes da vida desse casal. Que o SENHOR dê ensinamentos espirituais para os nossos corações. 

No período relatado em Gn 16, Abrão estava com 85 anos e Sarai com 75 anos. Sarai era estéril e sonhava com a maternidade. Dez anos havia se passado desde que o SENHOR os chamou e lhes prometeu descendência numerosa (Gn 12.1-2). O tempo passou e Sarai estava aflita com aquela aparente demora de Deus e resolveu seguir o seu próprio plano para ter um filho. Ela tinha uma serva chamada Agar e deu essa serva a Abrão como esposa para assim nascesse uma criança e pudesse se realizar como mãe. O filho da serva seria o filho da senhora.

Apesar de ser uma prática comum naquele tempo, isso era (e ainda é) pecado, pois, segunda a Lei de Deus, desde o princípio, o casamento é apenas entre um homem e uma mulher (Gn 2.18-25; Mt 19.4,5). O sexo fora do casamento é pecaminoso e certamente produz conflitos sem fim.

Abrão aceitou o plano de Sarai, tomou para si Agar e esta concebeu um filho (Gn 16.1-4). Assim, começou uma série de conflitos naquele lar: Agar passou a desprezar sua Sarai (v.4b). Esta, indignada, culpa somente Abrão e, ainda, invoca a Deus como juiz (v.5). Abrão foge da sua responsabilidade e Sarai se vinga humilhando e maltratando Agar decide fugir (v.6).

Essa passagem bíblica nos ajuda a entender a dinâmica do pecado no coração. Começa com a incredulidade, pois Abrão e Sarai estavam sob a promessa de Deus para terem filhos, apesar de idosos. Porém, Sarai se encheu de amargura, cansou de esperar e buscou autonomia, tomando a situação em suas próprias mãos e resolvendo do seu próprio jeito desprezando a Palavra de Deus.

Aprendamos com isso que, toda vez que dermos espaço à incredulidade, acharemos que temos melhores “ideias” que Deus para nossas vidas. E, acredite: Abandonar a Palavra de Deus e seguir o próprio coração enganoso (Jr 17.9) será sempre desastroso com consequências danosas para todos. Nenhum bem verdadeiro aos homens, nenhum desenvolvimento real para a sociedade advém da violação da Lei de Deus. Fazer concessões à Lei de Deus pode parecer, por um tempo, algo viável, pode dar certo prazer e alegria, mas tudo isso é ilusório porque certamente chegará a colheita amarga da desobediência.

Bendito seja o nome do SENHOR, pois, interveio naquela situação desastrosa. A Bíblia diz que o Anjo do Senhor foi acudir Agar no deserto (v. 7-14. Acreditamos ser este Anjo do SENHOR uma aparição do Filho de Deus antes da sua encarnação). O SENHOR confrontou amorosamente Agar para conduzi-la ao arrependimento e o retorno a sua senhora Sarai. Agar foi alvo de promessas de misericórdia porque o SENHOR ouviu o seu clamor na sua aflição e veio em seu socorro. Por isso, o nome do menino que iria nascer deveria ser Ismael (“Deus ouve”). Agar adorou ao SENHOR e depois retornou a sua senhora Sarai testemunhando seu encontro com Deus. A criança veio à luz e Abrão, com 86 anos, em obediência a Deus, chamou-o de Ismael.

Caro leitor, esperar em Deus requer fé. Servos do Senhor são tentados a duvidar da Palavra de Deus e tomar as situações em nossas próprias mãos. Devemos resistir a isso e apegarmo-nos às promessas de Deus, que são maravilhosas. Portanto, fujamos da incredulidade e oremos por fé. Supliquemos a Deus que Ele mantenha nossa fé firme em Cristo Jesus e na sua Palavra.

Fujamos também da suposta autonomia. Reconheçamos nossa total dependência do Senhor e entreguemos tudo para Ele (Pv 3.5). Se buscarmos a gloria de Deus e não a satisfação dos nossos desejos, aprenderemos a esperar e confiar em Deus. Isso também nos livrará de muitas ciladas na vida. A paciência e o contentamento encontram-se no coração que almeja a glória de Deus.

Por fim, destacamos os ensinamentos preciosos a partir da experiência de Agar com o Senhor no deserto. Ela ficou face a face com Deus e aprendeu que Ele é o Deus vivo. O poço que estava no lugar que Agar adorou a SENHOR foi chamado “poço daquele que vive e me vê” (v.14). Isso quer dizer que Deus tem compaixão dos que sofrem. Ele ouve e vê a aflição de pecadores. Ele atende o clamor e vem ao socorro dos que o buscam de todo coração. Ele é um Deus pessoal que se preocupa com pessoas que enfrentam lutas terríveis. Ele se importa com pessoas que sofrem humilhação, violência e abusos até mesmo em seus lares. Ele atenta para pessoas marginalizadas, que sofrem preconceitos e são desprezadas. Deus tem compaixão dos pais e mães que são esmagados por angústias nessa vida. Ele ama os indefesos, até mesmo os frágeis bebês que ainda estão no ventre materno. Sim, para Deus não são meros amontoados de células, mas vidas preciosas, alvos do seu amor.

Querido leitor, se estiver passando por tribulações, vá ao Senhor, por meio de Cristo Jesus. Ele é o Deus rico em misericórdia que tudo ouve e vê e, em seu Filho bendito, sabe o que é sofrer. Ninguém melhor que Ele para entender sua dor e lhe socorrer. Que Deus lhe abençoe ricamente, em nome de Jesus. Amém.

 

 

Rev. Azael Araújo

 

Azael Araújo

Azael Araújo


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