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Que tempos os nossos! E que costumes! [Cícero]

Momo, que é a imagem da boneca “macabra” quem tem circulado nas redes sociais, foi criada a partir de uma escultura de um artista plástico japonês que foi exibida em uma galeria no Japão em 2016. Vale ressaltar que o artista nada tem haver com o uso inapropriado e maldoso que estão fazendo da sua obra. Esse “desafio” viralizou na internet em 2018, e envolve suas vítimas a tal ponto leva-las a incitação ao suicídio e extorsão. 

Em 2018 Momo andou circulando no WatsApp, depois ficou um tempo ausente, mas agora está de volta. E desta vez a boneca aparece supostamente dentro de vídeos infantis da plataforma Youtube Kids ensinando crianças a se automutilarem e até a cometer suicídio.

Devido às transformações sociais ocorridas nas ultimas décadas, mas que tiveram inicio a mais de quinhentos anos, hoje em dia, os pais estão cadê vez mais ausente no que diz respeito à educação dos seus filhos. 

Parece um paradoxo os pais terem que se ausentar de casa oito ou mais horas por dia, para ter que pagar outras pessoas ou instituições responsáveis pela educação dos filhos. E não estou falando da educação básica, hoje as crianças começam a frequentar escolhas a partir do seu segundo ano de idade, isso porque seus pais têm que trabalhar. 

Na Idade Média (400-1500) as meninas passavam a vida toda com as mães até o dia do seu casamento, pois sua função seria ser mãe e esposa, por isso ela teria que aprender o “oficio” com a sua própria mãe. Já os meninos, ficavam com as mães até a idade de sete a dez anos, depois começavam a acompanhar o pai para aprender o oficio do mesmo. E isso era passado de geração para geração. Observe que nesse período os filhos estavam o tempo todo conectados aos pais, até o dia de se casarem e dar início a uma nova família e o processo se repetia. 

Alguns séculos depois do final da Idade Média, houve muitas revoluções e transformações na maneira do homem compreender o mundo. Por volta do século XIX (1800), mulheres de famílias ricas já podiam frequentar universidades, mas ainda assim seu principal “oficio” continuava ser mãe e esposa. 

O século XX chegou e com ele mais transformações, duas grandes guerras logo na primeira metade do século e a consolidação do capitalismo no mundo inteiro fizeram com que a nossa perspectiva em relação vida mudasse. 

Hoje trabalhamos muito porque á muito que desfrutar, pois, a vida é breve, as guerras e o surgimento de doenças nos mostram isso, e também o “mercado” tem muitas coisas á nos oferecer, a maioria desnecessária, mas a mídia e propaganda nos convencem e nos faz acreditar de devemos comprar. 

A revolução feminista, também fruto século XX, deu as mulheres vez e voz, elas finalmente conquistaram o direito de serem vistas e ouvidas. Não são mais “apenas” mães e esposas, digo isso porque muitas delas são professoras, executivas, engenheiras, empresarias, etc. E ainda assim no final do dia assumem o papel de mães e esposas. Parabéns para elas. 

Todas essas mudanças explicam o porquê que nossas crianças estão expostas cada vez mais a conteúdos malicioso como o caso da Momo. Por falta de tempo, os pais acabam passando muito tempo longe dos filhos, e quando chegam em casa, devido aos afazeres domésticos é mais fácil deixar a criança na frente e um tablet ou um smartphone. 

Não estou dizendo que as mulheres devem voltar a Idade Média e passar a serem apenas mães e esposas, muito pelo contrário. Até mesmo porque falando da realidade econômica da nossa cidade e região, um homem que trabalha ganhando um salário médio (R$ 1200,00-1500,00) é praticamente impossível sustentar uma família mesmo que não ceda aos “encantos” do mercado. A mulher ter que trabalhar hoje, passou de uma conquista para uma questão de sobrevivência da família. 

Mas creio que é dever dos pais (não só da mãe) encontrar tempo no meio de toda essa correria para sentar com seus filhos, conversar com eles, dar um pouco de atenção e tira-los dessa exposição exacerbada da internet. 

Certa feita li uma frase que não me lembro quando e nem o autor, mas que dizia que “equilíbrio é a capacidade de se locomover até os extremos sem perder o foco”. As famílias precisam buscar esse equilíbrio, se locomoverem até os extremos das altas cargas horárias de trabalho fora de casa até as atividades domestica, mas sem perder o foco que é o bem estar dos filhos. 

“Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles”. Provérbios 22:6 - NVI.

Alison Henrique Moretti


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