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A transformação do coração


Por: Luciano Rocha Guimarães
Data: 18/05/2023
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Um dos pilares da definição de liderança é a influência. Sem influência não há verdadeira liderança. Influência é a competência de você conduzir as pessoas para o bem ou para o mal. A influência nunca é neutra. Contudo, o máximo que podemos fazer é isso, influenciar. Digo isso porque somente Cristo é capaz de ir além. Somente Ele é capaz de transformar o coração do homem. Significa que a transformação do coração do homem não é da competência do homem, mas de Deus.

O processo da transformação do coração se chama discipulado. Discipulado é andar com Cristo. É através da caminhada com Cristo que o coração humano vai sendo transformado de corações entristecidos e cheios de dores em corações inclinados a aprender de Cristo, de corações ensináveis em corações ardentes, de corações ardentes em corações missionários. Foi o que ocorreu no caminho de Emaús, narrada no evangelho de Lucas (Lucas 24:13-35). Quando dois de seus seguidores percorriam a estrada que conduzia a aldeia de Emaús, Jesus se colocou ao lado deles, mas não o reconheceram a princípio. Mas, quando os seus olhos foram abertos para reconhecê-lo, seus corações foram transformados.

Uma das narrativas contemporâneas mais encantadoras do poder transformador de Cristo ocorreu com Charles Spurgeon, um pregador batista inglês do século XIX, muito influente no protestantismo reformado nos dias de hoje, meio no qual é conhecido como o "Príncipe dos Pregadores". Em seu relato autobiográfico, escreveu: "Às vezes fico pensando que poderia estar nas trevas e no desespero até agora, se não tivesse sido a bondade de Deus ao enviar uma nevasca, no domingo de manhã, enquanto estava indo a certo lugar de oração. Quando não pude mais ir adiante, desci a rua ao lado e cheguei a uma pequena capela Metodista primitiva. Naquela capela deveria haver uma dúzia ou quinze pessoas […]. O pastor não tinha vindo àquela manhã; suponho tenha sido a nevasca. Porém, um homem de aparência muito magra, um sapateiro, ou alfaiate, ou qualquer coisa desse tipo, subiu ao púlpito a fim de pregar. Tá certo que os pregadores devem ser instruídos, mas este homem realmente não o era [...]. O texto era: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” [2] [...] Depois que tinha pregado pouco mais de dez minutos, já estava no fim da sua pregação, quando olhou para mim sob a galeria [...], fixou seus olhos em mim como se conhecesse todo o meu coração, e disse: “Jovem, você parece tão miserável!”. Bem, eu parecia; mas não estava acostumado a ouvir estas declarações de púlpito sobre minha aparência pessoal antes. No entanto, foi um bom sopro que derrubou a casa. Ele continuou: “e você sempre será miserável – miserável na vida, e miserável na morte, se você não obedecer a meu texto; mas se você obedecer-lhe agora, neste momento, você será salvo”. Então, erguendo as mãos, bradou como só um metodista primitivo pode fazer: “Jovem, olhe para Jesus Cristo! Olhe! Olhe! Olhe! Você não tem nada a fazer senão olhar e viver!”.

Eu vi de uma vez o caminho da salvação. Não recordo de mais nada que aquele homem simples disse, pois fiquei tomado com aquele pensamento. Como quando a serpente de bronze foi levantada, e o povo somente olhava e ficava curado, assim foi comigo. Eu estava esperando fazer cinquenta coisas, mas quando eu ouvi aquela palavra “Olhe!”, que palavra fascinante ela pareceu a mim. Oh! Eu olhei até quase não poder tirar os olhos! Então a nuvem se foi, as trevas foram retiradas, e naquele momento eu vi o Sol".

Luciano Rocha Guimarães


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