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Divórcio e pandemia: como o isolamento social pode levar ao fim do relacionamento?


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 29/01/2021
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Em 2020 vários estados brasileiros registraram recordes no número de pedidos de divórcios; para terapeuta e psicanalista amazonense Samiza Soares a pandemia só revelou os problemas já existentes no casamento

Chegar ao fim de um casamento pode ser doloroso para os casais, principalmente quando a relação envolve filhos, muitos anos de relacionamento ou quando o término é motivado por algo extremamente complicado. Na pandemia do coronavírus, o divórcio se tornou uma realidade em muitos lares brasileiros, incluindo nos de pessoas famosas e celebridades, como o cantor sertanejo Gusttavo Lima e Andressa Suita. 

Foram tantas separações, que, em alguns estados, o número de pedidos de divórcio em 2020 bateu recorde na comparação com o ano anterior, segundo os dados do Colégio Notarial do Brasil, do Conselho Federal (CNB/CF). Destaque para Rondônia, com 54% de aumento, Acre, com 50% e Mato Grosso do Sul, com 49%. (veja a lista completa ao final)

Diante dos números, surge a dúvida: a pandemia é a responsável por tantas separações? A terapeuta e psicanalista amazonense Samiza Soares afirma que não.

“São inúmeros os motivos que levam ao divócio: a falta de compreensão do que é importante para o outro, os vícios e compulsões, a falta de diálogo, problemas na vida financeira, falta de sexo, falta de liberdade e individualidade e a infidelidade são alguns deles”, explica. 

Então, o que justifica o aumento durante a pandemia? Segundo a especialista, o isolamento obrigou as pessoas a saírem da zona de conforto e os problemas ficaram mais escancarados. 

“Antes da pandemia, nós vivíamos uma vida muito corrida. Tínhamos que acordar cedo, levar os filhos para escola, ir para academia, depois ir para o trabalho, almoçar na rua e, finalmente, quando chegávamos em casa, a esposa ou marido e os filhos já estavam dormindo. Hoje, tivemos que mudar essa rotina e ficar praticamente 24 horas dentro de casa convivendo com as manias, defeitos e qualidades do outro. Ou seja, nos acomodamos com o passar dos anos a empurrar os problemas para debaixo do tapete e agora somos obrigados a encarar os problemas de frente. Nessa, muita gente não aguenta e opta pela separação”, comenta.

A terapia de casal é uma das maneiras de enfrentar os problemas. A alternativa foca nas dificuldades que o casal está vivendo e procura ajudá-los a restabelecer a confiança e a harmonia.

“O papel do psicanalista é auxiliar os parceiros a identificarem os pontos de conflito do relacionamento e a determinarem quais são as mudanças que os incomodam. É preciso falar do que não gostamos, e é preciso cortar comportamentos prejudiciais logo no início. Nesses casos, é preciso muita paciência, tolerância, compreensão e transparência”, afirma. “Não é momento certo para definir quando procurar uma terapia de casal. A busca desse apoio deve acontecer quando os parceiros compreendem que necessitam de auxílio para melhoria do relacionamento ou quando algo acontece e que estes precisam de auxílio para superar este obstáculo”, completa.

 

Lista dos estados que mais registraram divórcios em 2020.

Acre (50%)

Amazonas (17%)

Espírito Santo (30%)

Distrito Federal (26%)

Goiás (19%)

Maranhão (19%)

Minas Gerais (11%)

Mato Grosso do Sul (49%)

Paraíba (19%)

Paraná (13%)

Rio de Janeiro (8%)

Rio Grande do Norte (26%)

Rondônia (54%)

Roraima (26%)

Santa Catarina (9%)

São Paulo (18%)


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